terça-feira, 3 de junho de 2008

ECONOMIA NPOLITICA - I

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Universidade Autónoma de Lisboa
Curso do professor dr. Arlindo Donário
Notas de A.Filipe Garcez José - aluno n°20021078
Notas pessoais, passíveis de eventuais erros « Errare humanum est »
Fundamento deste curso: Análise Económica do Direito
Bibliografia
• Micro Economia ( Abel Mateus e Margarida M. ) Ed. Verbo
• Micro Economia e Comportamento (Robert Franck)
• Micro Economia (Maddal J.S. )
• A Riqueza das Nações ( ADAM SMITH em 1776 )
Objecto da Economia Politica
estuda o comportamento humano, dos individuos que têm objectivos e que
procuram atingi-los da forma mais eficaz
O objecto da Economia politica faz-se através do Conhecimento Científico, que
tem como característica principal a Objectividade, utilizando para isso unicamente
os Juizos de Existência( aquilo que é)
E nunca os Juizos de valor ( crenças pessoais).
Há que fazer a distinçáo entre teoria e doutrina
Doutrina tratamos com juízos de valor que qualificam actos ou factos em relação a
um fim. Por exemplo na Doutrina da Igreja Católica do « justo salário e do justo
preço » estamos em presença de juizos de valor.
Teoria , estamos em presença de juízos de existência , que exprimem relações reais
ou supostas entre as várias categorias. Este conjunto de juízos de existência,
constitui a ciência. A teoria dos salários , dos juros , etc, …, são exemplos de teorias
económicas .
A ciência apenas explica , não aplaude nem condena
Prazer = Utilidade Contrariedade = Custo
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Princípio fundamental da Economia – as pessoas são racionais e fazem tudo
para maximizar o seu interesse
Liberdade = fundamento para a maximização
Principio da preferência revelada
Os desejos, as preferências, dos individuos são reveladas pelas suas escolhas
segundo David Friedman
ESCASSEZ DESEJOS ESCOLHAS CUSTOS DE OPORTUNIDADE
PREFERËNCIA REVELADA UTILIDADE
O custo de oportunidade existe em todas as escolhas na vida
Liberdade = Soberania do consumidor
Escolha forçada = Soberania paternalista
Comportamento racional = fazer escolhas segundo as suas preferências
(em cada momento da vida o individuo faz escolhas segundo as suas preferências)
Custo= desutilidade-insatisfação-causa desagrado
Um Direito é um Bem, um benefício ( dá -me prazer,é útil)
Uma obrigação é um custo (dá-me insatisfação, é uma contrariedade)
Pelo principio da racionalidade o individuo quer minimizar os custos
Esfera Juridica Conjunto de Direitos e obrigações de que um sujeito é titular
A personalidade jurídica termina com a morte
Quando as sanções jurídicas aumentam, a criminalidade diminui
Quando o custo aumenta a procura diminui
• A Economia estuda o comportamento humano
• conhecimento cientifico opõe-se ao conhecimento vulgar
• conhecimento cientifico utiliza os juizos de existência (o que é )
• conhecimento vulgar utiliza os juizos de valor (crenças pessoais)
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Comportamento eficiente
aquele que leva a que o individuo suporte todos os custos e beneficios de todas as
suas acções.
O Prazer de consumir um Bem diminui com a quantidade consumida
Externalidades efeitos das minhas acções suportadas por terceiros
Custos e benefícios y
0 Quantidade de acções x
Externalidades – Igual à diferença entre o custo privado e o custo social
Quando a probabilidade da sanção esperada é baixa, a acção ilicita aumenta
O valor das coisas –baseia-se no principio da preferência revelada que significa
que as prefências do individuo são reveladas pelas suas acções, pelas suas
escolhas , suas opções
Risco quanto maiores as probabilidades de não ter sanções, menores são os
riscos.
Não saciedade é o pressuposto que consiste em que o individuo não pode ter
tudo o que deseja, tendo que sacrificar alguma coisa que deseja para ter outras.
(Ex: não podemos ter todas as mulheres do mundo, temos que escolher uma)
Custo de oportunidade –é o valor da melhor alternativa sacrificada pela
opção, pela escolha feita; o conceito de custo de opurtunidade implica a realização
de escolhas, que derivam do conceito de escassez
Ex: se não estivéssemos na aula estariamos talvez a namorar com uma das nossas amigas,
sacrificámos o prazer de estar com elas manifestando assim a nossa Preferência Revelada
Conceito de Escassez - os bens são limitados relativamente às
necessidades humanas ilimitadas
Custo social
Custo privado
Externalidades
Ponto onde o custo social = ao benefício marginal
Benefícios marginais
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Os bens são limitados (porque os recursos produtivos são limitados, porque
individualmente, o nosso rendimento não chega para financiar todos os bens que
desejamos)
escassez tensão entre os desejos ilimitados e a limitação dos recursos
No conceito de escassez existem dois elementos:
1- de ordem Física (que consiste na limitação de recursos)
2- de ordem mental e Psicológica, que se traduz na existência de desejos
ilimitados
A actividade económica tem por fim satisfazer as necessidades humanas ,
constituindo, por conseguinte , estas o motor dessa mesma actividade
Quanto mais intensa é a necessidade, maior é o impulso do individuo no sentido de
obter, algo que satisfaça a necessidade sentida.
As necessidades têm três características principais :
1- Multiplicidade
2- saciabilidade
3- substituibilidade
Multiplicidade – traduz-se em serem ilimitadas em número. As necessidades
evoluem ao longo do tempo ( bens que são considerados hoje como necessidades
básicas, seriam entendidos como verdadeiros luxos em tempos passados)
Saciabilidade – significa que uma determinada quantidade desse bem, é
suficiente para satisfazer essa necessidade. Por outro lado a intensidade dos
desejos diminui à medida que as necessidades vão sendo satisfeitas
Substituibilidade- traduz-se na possibilidade de uma necessidade poder ser
substituída por uma outra
O Método do nosso curso é o da
Análise económica que se baseia no
conceito de eficiência - quando os benificios marginais igualam os custos
sociais
UTILIDADE capacidade que os individuos têm de satisfazer as suas necessidades ,
tudo o que satisfaz um desejo tem utilidade ( ofeleminidade )
A utilidade económica tem três caracteristicas :
• É subjectiva – não é uma propriedade objectiva inerente aos bens
• Está directamente ligada ao caràcter económico dos bens, pois só estes têm
utilidade económica; podemos desejar as riquezas que existam em Marte , mas
como estes desejos são irrealizáveis, não têm utilidade económica
• depende da quantidade desse bem e da intensidade da necessidade a
satisfazer
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Utilidade marginal - a utilidade resultante de mais uma unidade de bem
Utilidade média – a utilidade total a dividir pelo n° de unidades de bem
Utilidade total – a soma da totalidade das unidades de bem
Método da ciência económica
consiste nos procedimentos , para descobrir a verdade. Os métodos seguidos pelo
espírito podem ser de duas espécies:
1- método dedutivo – Parte de princípios gerais, cuja validade foi
demonstrada ou que são supostos exactos, para deles se tirar, através de
raciocinios lógicos, novas proposições
2- método indutivo Neste método a marcha do raciocínio vai do particular
para o geral, isto é parte-se do concreto , da realidade dos factos , para o
abstracto, dos factos às leis , às teorias, aos modelos explicativos dessa
mesma realidade .
A indução é uma generalização da experiência
Economia
A indução é um método utilizado pela
ciência, por conseguinte, utilizado
também pela Economia, estou-me a
fazer compreender, ou não ?
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Teoria dos preços
Numa economia de mercado ,
Preços são os mecanismos que transmitem os incentivos, aos consumidores
e que permitem que a sociedade funcione
Efeito de substituição quando o preço de um bem aumenta , o consumidor tem
tendência a comprar outro do mesmo género, mais barato ( bem sucedâneo )
Efeito rendimento quando o preço de um bem aumenta, mantendo-se o
orçamento constante, compra-se menos desse bem, e o rendimento diminui.
Teoria dos preços - uma explicação da forma como os preços relativos são
determinados e como funcionam para coordenar a economia ( fruto do jogo da
oferta e da procura)
Análise económico – jurídica do direito
Teoria do consumidor
1° conjunto de todos os bens , que representa o universo de todas as alternativas
2° conjunto dos bens que o consumidor pode adquirir , dadas as circunstâncias
3° relações de preferência, especificam os limites , a forma de consistência ou
inconsistência na escolha do consumidor , bem como a informação sobre os gostos
nas escolhas efectuadas
4° pressuposto de comportamento, procura identificar e selecionar uma
alternativa disponível, que lhe é preferível dados os seus gostos
Relação de preferência
1° As preferências são classificadas axiomáticamente
2° As preferências são representadas pela relação de preferência >= ; se
considerarmos a >ou = b , dir-se –à que a é pelo menos tão bom como b
3° é suposto que as escolhas são consistentes principio da transitividade - se a >
b e b >c então a >c ( a maior que c)
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PROBLEMA DO CONSUMIDOR
Constrangimento do orçamento
1- é suposto que o consumidor opera num contexto de economia de
mercado
2- o consumidor procura maximizar a sua utilidade , tendo em conta o
constrangimento do seu orçamento
Curvas de indiferença
Este conceito traduz as situações em que a composição de dois bens,
produzem a mesma utilidade
Umy Py
Custos
marginais
crescentes
Curva concava Curva convexa
Rendimentos
marginais
decrescentes
Utilidade
Marginal
constante
Py
Qx
Qx Qx
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Curvas de indiferença
Conjunto de bens Y
0 Conjunto de bens X
Quando se tem mais de um dado bem, menos valor esse bem tem
Resumo de alguns conceitos já estudados
Escassez - os desejos são ilimitados e os meios produtivos limitados ; desta
tensão surge a escassez
Economia - A ciencia das escolhas racionais – estuda o comportamento dos
individuos perante a escassez. A escasssez obriga-nos a fazer constantemente
escolhas
Custo de oportunidade a melhor alternativa sacrificada em virtude da escolha feita
Bem – tudo o que proporciona utilidade, satisfação
Custo – tudo o que proporciona insatisfação
Bens livres - que são obtidos sem qualquer custo (ar,etc…)
Curvas de
indiferença são
Sempre
convexas
Recta orçamental
Pto. De equilíbrio
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Bens económicos – aqueles que implicam um custo
Bens sucedâneos – os que se substituem mutualmente , que
satisfazem uma mesma necessidade e que para isso podem ser
substituidos por um ou por outro ( ex : Coca-cola e Pepsy-cola )
Bens complementares – os que só têm utilidade, se forem
utilizados associados com outros . ( ex :carro / gasolina, isqueiro / cigarro,
sapato direito / sapato esquerdo )
Utilidade – faculdade que os indivíduos têm de satisfazer as
suas necessidades
Marginal – unidade de bem ( ou custo ) adicional
Utilidade marginal – a utilidade resultante do consumo de uma
unidade de bem adicional
Eficiência – quando os custos sociais igualam os beneficios
marginais
Eficiência de Pareto – é a situação em que não é possível melhorar a situção
de alguém, sem piorar a situção de outrem ( nas situações em que para produzir
mais de A se tem de produzir menos de B )
Eficiência – ausência de desperdício
Eficácia – consiste na produção de resultados, alcance dos objectivos.
(Se os objectivos forem atingidos com custos superiores aos previstos e
possíveis, não há eficácia ) Pode haver eficácia sem haver eficiência
ESCASSEZ ESCOLHAS RACIONAIS CUSTOS DE
OPORTUNIDADE UTILIDADE
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UTILIDADE - faculdade que os bens têm de satisfazer uma necessidade
(utilidade total) y
0 (quantidade dos bens ) X
A utilidade total (global ) aumenta com a quantidade dos bens
A utilidade total de um bem é a satisfação global que se retira da utilização de
um bem, a qual vai crescendo até ao ponto em que a utilidade marginal se
anule (ponto de saciedade ou de saturação )
CURVAS DA UTILIDADE TOTAL E UTILIDADE MARGINAL
( utilidade total ) Ut y
0 Quantidade de um bem QT x
( Utilidade marginal) y
0 Quantidade de um bem QTx
Utilidade marginal
Ponto de saciedade
Quanddo a utilidade marginal é
Igual a zero
Custo marginal
Ponto de saciedade
Para além do ponto de
saciedade há custo
A utilidade total ( global ) aumenta
com a quantidade dos bens
A utilidade total aumenta com a
quantidade de unidades de Bem
A utilidade marginal decresce
com novas unidades do
mesmo Bem
Quando a utilidade marginal igual a
zero, estamos no ponto de saciedade
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Utilidade Ut y
0 Qt Unidades de bem x
Utilidade marginal –A utilidade resultante de mais uma unidade dum dado bem
• 1a Lei de Gossen ( lei da saciedade )
Quando um prazer qualquer prossegue sem interrupção, a sua intensidade depois
de se elevar , decresce e acaba por se anular
• 2a Lei de Gossen ( lei da repetição )
Quando uma sensação agradável se repete, o grau de intensidade do prazer e a sua
duração diminuem por cada repetição, quer dizer que a intensidade e duração do
prazer decrescem tanto mais quanto mais ràpidamente as repetições se sucedem
Ex : para um fumador um primeiro cigarro, dá –lhe mais prazer que o sexto cigarro
fumado de seguida . Quando a sua necessidade estiver satisfeita, se ele continuar a
utilizar o bem , não terá mais prazer
Tudo isto nos leva á conclusão que, à medida que uma pessoa vai consumindo
quantidades adicionais de um dado bem, a utilidade que se vai retirando dessas
doses marginais, podendo crescer de inicio até atingir um máximo, acaba por
diminuir até desaparecer (ponto de saciedade) Esta é a Lei da utilidade marginal
decrescente
Resumindo :
1a lei de Gossen ( da saciedade ) quando se utiliza de forma contínua um bem, a
utilidade que se retira de novas unidades adicionais desse bem, é decrescente
2a lei de Gossen ( da repetição ) quando se utilizam bens repetidas vezes, a
duração e a magnitude do prazer ( utilidade ) diminuem com cada repetição
Lei da utilidade decrescente
à medida que uma pessoa vai consumindo quantidades adicionais de um dado
bem, a utilidade que se vai retirando dessas doses marginais, podendo crescer
inicialmente até atingir um máximo, acaba por ir diminuindo até desaparecer
a utilidade marginal vai decrescendo com a repetição
mas a utilidade total ( global ) aumenta
Ponto de saciedade ( saturação ), quando a utilidade marginal é igual a zero
Utilidade marginal
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Lei da repetição (2a lei de Gossen)
N° de vezes
Magnitude
E Amplitude y
0 Duração do tempo de prazer x
Quando se utilizam bens repetidas vezes, a duração e a magnitude do prazer
diminuem com cada repetição
Curvas de indiferença
As curvas que mostram todas as combinações possíveis de dois
bens, que dão uma satisfação constante ao consumidor
Características das curvas de indiferença :
São sempre decrescentes ( mais de um bem, menos de outro, pois o
aumento dos dois bens daria um aumento de satisfação , o que não seria
indiferente ao consumidor )
São sempre convexas ( indo de A para B a curva torna-se menos
inclinada ; esta inclinação da curva traduz a taxa marginal de substituição )
1
2
3
4
13
Taxa marginal de substituição ( TMS ) relação entre a quantidade do bem
y sacrificada e a quantidade do bem x adquirida em contrapartida , mantendo
constante o nível de satisfação do consumidor
Curva de indiferença
O consumidor encontra-se em equilíbrio, quando as suas opções se materializam
numa curva de indiferença
Q y
Ay
Efy
A1y
A2y
0 Qx
Ax Efx A1x A2x
As curvas de indiferença são paralelas e convexas
Quando o orçamento sobe as curvas de indiferença deslocam-se
para a direita
A maximização do consumidor é obtida no ponto em que a recta orçamental é
tangente à curva de indiferença mais à direita
TMS = y/x
Curva de indiferença
Recta orçamental 1
Ponto de equilibrio orçamental
Óptimo do consumidor
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Qy
Y3
Y2
Y1
X1 X2 X3 Qx
R= rendimento Y
R3
R2
R1
Qx1 Qx2 Qx3
( consumo de bens) QTy
Bens inferiores
0 QTr Rendimento X
Qualquer curva de indiferença mais para a direita traduz um maior nível de
satisfação
mapa de indiferença
O conjunto de curvas de indiferença
Recta orçamental
Recta orçamental 2
Recta orçamental 3
Para bens normais X
Curva de deslocação orçamental ou Curva de
Engel ou de evolução de rendimento
Pontos de
equilíbrio
orçamental
Um bem diz-se normal se
a sua procura varia
proporcionalmente com o
rendimento
Curva rendimento - consumo
R1<>Quando o rendimento aumenta
O consumo de bens inferiores
diminui
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Constrangimento orçamental
num dado momento o consumidor dispõe de um orçamento limitado para
afectar ao consumo
Y
40
30
20
10
10 20 30 X
Recta do Orçamento
O consumidor limitado pelo seu orçamento de 40 unidades monetárias , pode
consumir qualquer combinação dos dois bens ( Y e X ) ao longo da recta
orçamental ou à esquerda , mas nunca à direita da recta.
Equação do orçamento
R = x . Px + y . Py
onde x = quantidade comprada do bem x
Y= quantidade comprada do bem y
R= rendimento total do consumidor
Px= preço do bem x
Py= preço do bem y
Se o rendimento total é gasto na compra do bem x e y
Óptimo do consumidor É a situação em que o consumidor maximiza a sua
utilidade dada a restrição orçamental .O consumidor encontra-se em equilíbrio
orçamental quando as suas opções se materializam numa curva de indiferença.
Recta orçamental
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Procura rédito ( rendimento )
Um bem diz-se normal, se a sua procura varia proporcionalmente com o
rendimento
Um bem diz-se superior se a procura , varia mais que proporcionalmente à
variação do rendimento
Um bem diz-se inferior quando a procura varia inversamente com o rendimento
Ex : quando o rendimento aumenta, as pessoas passam a comprar mais carne e
whisky e menos batatas , arroz e bagaceira. Neste caso as batatas, o arroz e a
bagaceira são exemplos de bens inferiores, o whisky e a carne são exemplos de
bens superiores. Qty Qty
y1
y
y1 y1 y=Qt de bens procurada y2
y2 y2 R=renddimento
0 R1 R2 R x 0 R1 R2 Rx 0 R1 R2 Rx
Para bens normais Para bens superiores Para bens inferiores
Bens Guiffen
Bens inferiores cuja procura aumenta quando o seu preço aumenta.
Ex : uma família com rendimento baixo, que consome como base alimentar, batatas
e por vezes alguma carne ; quando o preço da batata aumenta deixa de comer
carne, para aumentar o consumo de batatas.
Procura snob ou efeito Veblen
são assimilados aos bens guiffen, pois quando o preço aumenta a procura aumenta
também.
Ex : o dia em que o Ferrari deixar de ser um objecto de luxo e de ser inacessível à
maioria do comum dos mortais, deixará de ter a procura que tem actualmente.
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Problemas básicos de organização económica
A economia tem de responder a três questões :
O quê ?
Que mercadorias irão ser produzidas ?
Quanto de cada um dos possíveis bens e serviços deve a sociedade produzir ?
Como ?
Como serão produzidas as mercadorias ?
Como devem os bens ser produzidos ? Por quem, com que recursos e de que forma
tecnológica devem eles ser produzidos ?
Para quem ?
para quem irão ser produzidas as mercadorias ?
Para quem devem ser produzidos os bens ? Quem usufruirá os frutos do esforço
económico ? Como irá o produto nacional ser repartido entre as familias ?
Factores de Produção (inputs) e produções (outputs)
Circuito Económico
Sem intervenção do Estado num mercado liberal
Outputs Utilizam os bens e os serviços Fornecem os bens e os serviços
Pagam o preço Receita
Inputs
Recebem os salários, rendas Pagam os salários
Fornecem os factores de produção utiilizam factores de produção
CIrcuito económico real – Os bens e serviços saem das empresas e vão para as famílias e os
factores de produção deslocam-se das famílias para as empresas
Circuito económico monetário- As empresas pagam às famílias os salários e as famílias
pagam os bens e serviços
Mercado
Bens e serviços
*As empresas vendem
*As famílias compram
Empresas
*Produzem e vendem bens e
serviços
*contratam e utilizam factores
de produção
Famílias
*Compram e consomem bens e
serviços
*são proprietários de factores de
produção
Mercado
Factores de produção
(Terra, capital e trabalho)
*As empresas compram
*As famílias vendem
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Factores de produção,
são bens ou serviços utilizados pelas empresas no seu processo de produção.
Produções,
são os vários bens ou serviços ùteis que tanto são consumidos, como utilizados
numa produção posterior.
Classificação dos factores de produção :
Terra
Genéricamente os recursos naturais. A terra utilizada na agricultura, na implantação
das fábricas e estradas, nos recursos energéticos e não energéticos, o ar que
respiramos e a água que bebemos
Trabalho
Consiste no tempo de trabalho humano despendido na produção. É o factor de
produção mais crucial para uma economia industrial avançada.
capital
É formado pelos bens duráveis de uma economia, produzidos com vista a
produzirem outros bens. Os bens de capital incluem máquinas, estradas e edíficios.
Fórmula do produto nacional
RN=W+R+J+L
RN= Remuneração nacional
W= Salários, remuneração do trabalho
R = Renda, remuneração da terra
J = Juros
L = Lucros
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Curva de possibilidades de producção
concava e decrescente
A
A=bem
B= outro bem Q’’’a Q’’’
Q’’a Q’’
À direita da curva é impossível
À esquerda é ineficiente Q’a Q’
Qa Q
Num gráfico quando a curva é
decrescente, significa que quando
um bem aumenta o outro diminui
0 Qb Q’’b Q’b Q’’’b B
Curva de possibilidades de produção
representa as diversas combinações possíveis de produção de dois bens, numa
determinada sociedade, numa situação de eficiência (num determinado estádio de
desenvolvimento tecnológico)
A
B
Eficiência
Quando não há desperdícios
Eficácia
Quando se produzem resultados ( alcance dos objectivos)
Mas, se os objectivos forem alcançados com custos superiores aos previstos e
possíveis, não houve eficiência. Conclui-se que
pode haver eficácia sem eficiência
Esta curva representa o limite máximo que uma economia pode
produzir de ambos os bens A e B
A produção no ponto Q é
possível mas ineficiente, pois
é possível produzir mais
Todos os pontos
sobre a curva
representam
situações de
eficiência
Impossível de produzir neste dado
momento
2
1
3
4
Quando a conjunctura melhora a produção aumenta e a curva
desloca-se para a direita
Quando a conjunctura piora a produção
diminui e a curva desloca-se
Para a esquerda
Se o avanço tecnológico só favoriza a produção de um
dos bens, a curva só se desloca no eixo desse bem
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Curva dos custos relativos crescentes
Concava e decrescente
Ou curva do custo de oportunidade
Y
A=um bem
B= outro bem
Custos de oportunidade
0 1 2 3 4 5 6 7 8 X
Os pontos de oportunidade eficiente encontram-se sempre sobre a curva
Custo de oportunidade o que deixá-mos de produzir do bem A para produzir
novas unidades do bem B
Lei dos rendimentos marginais decrescentes
À medida que acrescentamos um factor variável a um ou vários factores fixos, o
rendimento marginal obtido, tenderá a diminuir.
Exemplo : Um terreno agrícola do tamanho da sala. Não há nenhum camponês a
trabalhar, produção = 0. Acrescenta-se um agricultor e começa a haver produção.
Acrescenta-se mais um e a produção aumenta. Acrescenta-se 10 agricultores e a
produção não aumenta. O rendimento adicional ou marginal diminui
A
B
Associada à lei dos custos relativos
crescentes está a lei dos
rendimentos marginais
decrescentes
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Lei dos rendimentos marginais decrescentes
Y
A= produção marginal
B= Quantidade de trabalhadores
0 1 2 3 4 5 6 7 X
Y
A= produção total
B= quantidade de
trabalhadores
0 1 2 3 4 5 6 7 X
Lei dos rendimentos marginais decrescentes
Um aumento de um qualquer factor de produção, mantendo-se os restantes factores
constantes, aumentará a produção total, mas a partir de certo ponto, a produção
adicional, resultante de acréscimos dos factores de produção, tende a decrescer
Análise da Oferta e da Procura
Função procura
Relação definida entre o preço do mercado de um bem e a quantidade procurada
desse bem, mantendo-se os restantes factores constantes (condições caeteris paribus)
B
A
Rendimento marginal
decrescente
a produção marginal
decresce com unidades
adicionais de trabalho,
mantendo-se constante
todos os outros factores
A
B
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Curva da procura
Decrescente e convexa
Q= quantidade procurada P Y
P= preço do mercado 4
3
2
1
D
0 1 2 3 4 Q X
Deslocação da curva da procura
Deslocação lateral Deslocação ao longo da curva
Y
Py Y
Py
4$
2$ D1 D D
2$
0 10 20 Qx X 0 10 20 Qx X
Figura A : Avisos nos maços de cigarros, convencem os fumadores a fumar menos ; a curva da procura desloca-se
para a esquerda, de D para D1. Ao preço de 2$ o maço , a quantidade procurada cai de 20 para 10 cigarros por dia.
Figura B : Um imposto aumenta o preço do maço de cigarros de 2$ para 4$ ; a curva da procura não se desloca, mas
assiste-se a um movimento ao longo da curva, do ponto a para o b; a quantidade procurada, cai de 20 para 10 cigarros
por dia
Quando sobe o preço, diminui a procura, em condições caeteris paribus
A variação dos preços, conduz à existência de dois efeitos : variação do rendimento
real e efeito de substituíção
Efeito de substituíção quando o preço do bem (x) varia, o consumidor tende a
substituir parte da procura desse bem pela procura de outros bens (y), a fim de
maximizar a sua utilidade.
Efeito de rendimento Ao aumento do preço dum bem (x), mantendo-se o
rendimento nominal e o preço dos outros bens constantes, corresponde uma
diminuíção do rendimento real
Quando o preço aumenta a quantidade procurada dum bem,
diminui, mantendo-se os outros factores constantes
Diminuíção da quantidade
procurada do bem x
Aumento do preço do bem x
Fig.A Fig.B
a
b
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Para ser aceite como paradigma, uma teoria deve parecer
melhor do que as alternativas, mas não precisa e de facto
tal não acontece, de explicar todos os factos com que possa
ser confrontada. (pensamento, em voz alta, do Doutor
Donário)
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