terça-feira, 3 de junho de 2008

ECONOMIA POLITICA - II

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Professor Doutor Arlindo Alegre Donário
Universidade Autónoma de Lisboa
1° Ano do Curso de Direito Pós–laboral 2° SEMESTRE 2003
Notas pessoais não isentas de eventuais erros (errare humanum est) de António Ffilipe Garcez José, aluno n° 20021078
História do pensamento económico
Antiguidade oriental
O mais antigo código conhecido, o código de Hamorabi (cerca de 2000 anos
antes de Cristo), continha várias regras referentes ao juro, ao salário e duração
do trabalho.
Pensamento Hebraico
A posição do pensamento hebraico é um pensamento eminentemente religioso,
que dava mais importância aos valores morais do que aos materiais.
Pensamento Grego
Xenofonte – interessa-se pelas regras de uma boa gestão fundiária e pela
poupança.
Platão – defende um comunismo aristocrático e idealista, reservado às classes
superiores. O dinheiro deverá ser deixado aos produtores, que constituem a
classe inferior; faz reflexões sobre a divisão do trabalho, as trocas e a moeda.
Aristóteles (382-322 A.C.)- critica a economia da riqueza em função da
finalidade do Homem, que deve realizar o fim da sua natureza, de acordo com a
sua grandeza.
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􀂾 Aristóteles chama Crematística à Economia da riqueza, que é a economia
dos traficantes e dos usurários.
􀂾 Aristóteles opõe à economia da riqueza, a Economia da Natureza, que tem
por fim a satisfação das necessidades modestas, pessoais e familiares.
􀂾 Aristóteles condenava o comércio e o empréstimo a juros mas defendia a
propriedade privada.
􀂾 Aristóteles desenvolveu o conceito de valor de uso e valor de troca, que
Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx utilizarão e desenvolverão nas
suas obras nos séculos XVIII e XIX.
Pensamento Romano
O direito de propriedade e o direito testamentário marcaram longamente a
vida económica e social.
Idade-média (496 – 1450)
􀂾 economia dominial fechada
apareceu na Idade média, com o sistema feudal.
􀂾 economia artesanal urbana desenvolve-se por volta do século IX, com
uma classe de trabalhadores, proprietários dos seus meios de produção, que
transformam as matérias primas que lhes são confiadas.
􀂾 regime corporativo desenvolveu-se, a partir do século XIII, que se manteve
até ao fim do século XVIII.
Características essenciais do regime corporativo:
􀂾 Imposição de regulamentações
􀂾 Inexistência de liberdade de comércio e de indústria.
􀂾 Necessidade de ser membro de uma corporação, para exercer o comércio ou
a indústria.
􀂾 Necessidade de ser aprendiz, companheiro e submetido a um exame
específico, executando uma obra prima, para ascender a Mestre, os quais não
tinham a liberdade de fabricar e vender o que queriam.
Todas estas regulamentações constituíram um constrangimento ao desenvolvimento do capitalismo.
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Pensamento económico medieval
A riqueza devia estar ao serviço do Bem Comum. Os escolásticos distinguiam
três espécies de actividade :
􀂾 artes produtivas (artesãos e agricultores)
􀂾 actividades menores (eram as económicas)
􀂾 negócios e finança. (consideradas as menos importantes)
Segundo S. Tomás de Aquino, a propriedade privada tinha duas funções:
􀂾 Função administrativa, que era a função económica de gestão dos bens
􀂾 Função de uso, que se traduzia na partilha do supérfluo, constituindo um dever de
justiça.
Segundo S. Tomás de Aquino, havia duas espécies de Bens:
􀂾 Bens consumíveis,
cuja natureza não se destruía com o uso e podiam ser arrendados (sem juros)
􀂾 Bens não consumíveis.
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Mercantilismo
Grandes transformações políticas, económicas e sociológicas, a partir do século
XV, com o aparecimento e desenvolvimento de uma importante actividade
comercial e financeira, com um espírito capitalista de busca do lucro.
Tópicos para uma contextualização:
􀂾 Grandes descobertas geográficas, novos mercados, novas possibilidades
de comunicação. Liberdade de circulação de pessoas e bens.
􀂾 Invenções tecnológicas (ex: a bússola)
􀂾 A evangelização (Jesuítas)
􀂾 Laícização do mundo.
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􀂾 Reforma (Calvino,Lutero)
􀂾 A riqueza como uma benção de Deus (Calvinismo)
􀂾 Calvino declara os juros legítimos
􀂾 Renascença, Leonardo da Vinci, Erasmo de Roterdão, Tomas Moro (a
Utopia)
Intervencionismo e nacionalismo económico
As doutrinas mercantilistas preconizam um intervencionismo estatal através de
􀂾 Restrições às importações e apoio às exportações dos produtos
manufacturados.
􀂾 Proíbição de exportação de produtos agrícolas e outras matérias primas,
a fim de se manterem baixos os custos de produção (preço baixo dos bens
de subsistência dos trabalhadores) e reservar as matérias primas para as
manufacturas nacionais.
􀂾 Incentivar os comerciantes nacionais no comércio externo do país, para
uma maior entrada de ouro.
􀂾 Incentivar o desenvolvimento de indústrias de produtos
manufacturados, visando a exportação
Mantendo os custos de produção baixos, a competitividade externa aumentava
O objectivo era obter uma balança do comércio com saldos positivos
A política dos mercantilistas era a de apoiar as exportações e dificultar as
importações
Os interesses do poder político e da burguesia mercantilista conjugavam-se
Na Espanha e em Portugal o mercantilismo tomou a forma Metalista. A
descoberta de minas de ouro nas Américas permitiu aos paises ibéricos adquirir
ouro sem ter necessidade de manufacturas, o que determinou o seu atraso
económico, relativamente a outros países da Europa.
Na Holanda, o mercantilismo desenvolveu-se à base das finanças e do
comércio marítimo.
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Na Inglaterra o mercantilismo desenvolveu-se também à base das finanças e do
comércio marítimo e favoreceu internamente a baixa das taxas de juro e o
aumento do consumo de luxo
A França desenvolveu as manufacturas, tendo sido Colbert o verdadeiro
impulsionador do industrialismo.
Teoria quantitativa da moeda
Com o afluxo de metais preciosos à Europa verificou-se uma subida dos preços.
Jean Bodin sustentava que a subida dos preços era devida ao maior afluxo
de ouro à Europa.
Fisiocracia (do grego, poder da terra)
O século XVIII é o século da razão e da liberdade. Para Quesnay (fundador
da Fisiocracia), o Direito natural, provem da expressão da ordem
providencial, pelo que a única função do poder público é reconhecer as “leis
naturais”, explicitá-las e fazê-las respeitar.
Quesnay e a Fisiocracia
O fundador desta escola, considerada como a iniciadora da ciência
económica, foi Quesnay, que utilizava a noção de direito natural para
justificar a propriedade privada e o liberalismo.
Para Quesnay,
􀂾 O governo deve proteger a propriedade e a liberdade do indivíduo (não
interferindo na ordem natural).
􀂾 A terra era o mais importante factor de produção (e o trabalho aplicado à
terra era capaz de produzir um excedente).
􀂾 A sociedade dividia-se em três classes:
􀂾 Classe produtiva
era constituída pelos agricultores.
􀂾 Classe estéril
era a que pertenciam os comerciantes e trabalhadores de outros ramos de
actividade
􀂾 Classe dos proprietários, era constituída pelo soberano e pelos donos das
terras
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Quesnay foi o primeiro a desenvolver a noção de circuito económico
Limitações desta doutrina
Foi a distinção entre classe produtiva e classe estéril, ligando a criação do
produto a um factor exclusivo (a terra).
Escola Clássica
O período de formação do pensamento clássico foi marcado pela “revolução industrial”, iniciado na Inglaterra .
Ideia central de Adam Smith
O indivíduo procura realizar o seu próprio interesse e agindo desta forma, o
indivíduo, serve de um modo muito mais eficaz o interesse da sociedade (como
que conduzido por uma mão invisível), do que o faria, se tivesse esse objectivo.
Causas determinantes da produtividade do trabalho e da terra
􀂾 divisão do trabalho (ex: fábrica de alfinetes)
􀂾 especialização do trabalhador na execução das suas tarefas
􀂾 Aumento da maquinaria que facilita o trabalho
􀂾 dimensão do mercado
􀂾 capital existente
􀂾 quantidade de maquinaria
O capital deve aumentar préviamente à divisão do trabalho
Teoria do Valor (Adam Smith)
Valor de uso
Utilidade de um objecto particular.
Valor de troca
Determinado pelo trabalho (apenas no estado primitivo da Humanidade).
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Teoria do valor (David Ricardo.)
Sem utilidade, qualquer bem seria destituído de valor de troca.
O valor de troca deriva da escassez (bens não reprodutíveis) e da quantidade de
trabalho necessário para obter um bem (bens reprodutíveis ).
Preço natural
Número de horas de trabalho incorporadas em cada bem, necessárias à sua
produção
Preço de mercado
Preço pago no mercado, que gravita em torno do preço natural, obedecendo às leis da
oferta e da procura.
Teoria dos salários
Para Ricardo, há dois conceitos de salário:
• Salário natural (de subsistência)
Correspondente ao valor dos bens necessários, que permitem ao trabalhador
subsistir e perpetuar a sua descendência.
• Salário de mercado (corrente, ou global)
O que é efectivamente pago no mercado.
Para Adam Smith o salário natural, era constante no tempo
Para Ricardo o salário natural, evoluía históricamente.
Segundo Ricardo
o salário de mercado gravitaria à volta do salário natural.
Se o salário de mercado for superior ao natural, a taxa de natalidade tende a aumentar e o
aumento da oferta de trabalho fará baixar os salários pagos no mercado e vice-versa.
Ricardo
considerava a força do trabalho, como uma mercadoria, correspondendo o
salário natural, ao valor dos bens necessários para a subsistência do trabalhador e da sua
família.
A procura da mão de obra depende do investimento
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Teoria da renda
Ricardo considerava a existência de três factores de produção:
􀂾 Terra
􀂾 Capital
􀂾 Trabalho
A produtividade marginal da terra, do trabalho e do capital era decrescente
à medida que aumentava a extensão da terra cultivada.
Ricardo considerava que as novas terras posta em cultivo tinham uma fertilidade
menor do que as anteriormente cultivadas. O produto obtido de cada uma dessas
terras era desigual, mas vendido no mercado ao mesmo preço,(em concorrência
perfeita), ao preço correspondente ao custo de produção mais alto (o da terra
menos produtiva).
Assim, cultivando novas terras, era necessário aumentar a quantidade de
trabalho, para produzir os mesmos bens, aumentando assim o seu valor e deste
modo o salário natural também.
Assim os proprietários das melhores terras, vendem os seus produtos por um
preço superior ao seu custo de produção, constituindo a diferença, a RENDA
diferencial.
Mesmo que a terra mais fértil seja sujeita a um cultivo intensivo, aplicando-selhe
mais capital e trabalho, obter-se-ão incrementos de produção cada vez
menores, o que traduz a lei dos rendimentos marginais decrescentes
A renda diferencial não é a causa do preço dos bens, mas o seu efeito .
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Investimento e poupança
Para Ricardo,
• capital é a parte da riqueza de um país empregada na produção.
• Quanto maiores forem os lucros , maior será a capacidade de poupar
• Quanto maior for a poupança, maior é o investimento
• Quanto maiores forem os lucros, maiores os investimentos
• A taxa de lucro depende das inovações tecnológicas e do salário natural
• Quando os salários aumentam o lucro diminui.
Estado estacionário
Com o aumento da população, cultiva-se terras menos férteis, o que
determina um aumento do valor dos bens agrícolas e logo um aumento do
salário natural com a consequente diminuíção da parte dos lucros no total do
rendimento.
A taxa de acumulação de capital, tende a diminuir, o que levará a sociedade
para um estado estacionário, onde a taxa de lucro de mercado será igual à
taxa de lucro natural e o salário de mercado igual ao salário natural.
Teoria do Comércio externo
Teoria da vantagem absoluta (Adam Smith)
Justificação do comércio internacional entre os países, desde que cada um
tivesse vantagens absolutas na produção de um bem.
Teoria da vantagem relativa (David Ricardo)
Considera que há vantagens no comércio internacional, mesmo que um país não
tenha vantagem absoluta na produção de qualquer mercadoria.
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Portugal não tem interesse a fazer comércio com a Inglaterra
Em Inglaterra, para produzir uma unidade de vinho gastam-se 120
horas/trabalho e uma unidade de tecidos custa 100 horas/trabalho. Em
Portugal a mesma quantidade de vinho custa 80 horas /trabalho e a mesma
quantidade de tecido custa 90 horas/trabalho. Portugal, porque tem
vantagens absolutas em ambos os bens, não compraria nenhum bem em
inglaterra, segundo a teoria da vantagem absoluta
Portugal poderia fazer comércio com a Inglaterra
Neste segundo caso,. Potugal comprava o bem B e a Inglaterra comprava o
bem A, segundo a teoria da vantagem absoluta
Segundo a teoria da vantagem relativa de David Ricardo, no primeiro caso,
Portugal deveria produzir só vinho, pois comparativamente, a produção de
tecidos não é suficientemente vantajosa e assim poderia utilizar as 170 horas a
produzir exclusivamente vinho. Portugal tem interesse em comerciar com a
Inglaterra, pois tem uma vantagem comparativa na produção do vinho.
Sem comércio internacional, para produzir uma unidade de cada mercadoria nos
dois países, seriam necessárias 390 horas de trabalho. Com a especialização
gastar-se-iam apenas 360 horas de trabalho: 2 unidades de vinho produzidas em
Portugal = 160 horas e duas unidades de tecido produzido na Inglaterra = 200 .
Dizendo de outra maneira, com as mesmas horas de trabalho, produz–se mais
quantidade de bens.
Portugal Inglaterra
170 horas/trabalho 220 horas/trabalho
T. Vantagem absoluta T. Vantagem relativa T. Vantagem absoluta T.Vantaagem relativa
1vinho+1tecido 2,125 vinho 1vinho+1tecido 2,2 tecido
Nestes casos a especialização de trabalho e o comércio internacional é interessante para ambos os países.
1° Caso Vinho Tecidos
Inglaterra 120 horas 100 horas
Portugal 80 horas 90 horas
2° Caso Bem A Bem B
Inglaterra 120 horas/trabalho 70 horas/trabalho
Portugal 80 horas/trabalho 90 horas/trabalho
Vantagem absoluta = 2 vinho + 2 tecido Vantagem relativa = 2,125 vinho + 2,2 tecido
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Jean Baptist Say
Lei dos mercados
􀂾 A oferta cria a sua própria procura.
􀂾 Se os meios de produção forem deixados sempre em liberdade, o equilíbrio
restabelece-se, depois de uma crise temporária de superprodução. A
intervenção do Estado é prejudicial.
􀂾 A economia é vista como um todo e não como uma empresa, ou ramo de
produção.
􀂾 A moeda não é procurada como reserva de valor (o que acontece com
Keynes), mas apenas como meio de troca. A poupança, será aplicada ao
investimento
􀂾 Não existe um problema de sub-consumo causador de uma
sobreprodução generalizada. As crises traduzem desajustamentos sectoriais
e simétricos entre a oferta e a procura, não existindo crises
generalizadas.
Críticas à teoria de Say
Malthus
1. A oferta não cria a sua própria procura.
2. Os capitalistas podem afectar os seus lucros à poupança em vez de os
afectarem ao investimento, o que provocará uma crise generalizada.
3. Os produtos não se trocam sempre por outros produtos
Sismondi
As flutuações económicas são consequência do período de tempo existente entre
o recebimento do rendimento e o momento da despesa .
Keynes
Põe em causa os fundamentos da teoria clássica no que se refere ao equilíbrio
de pleno emprego
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John Stuart Mill (1806-1870)
“Homo Economicus”
Um homem abstrato, movido apenas pelo seu interesse pessoal, agindo num mundo de
concorrência perfeita, procurando o máximo de satisfação com o mínimo de esforço.
Tudo o que limita a concorrência é um mal.
alguns princípios :
1. Limitar o direito de herança
2. Agravar tributáriament a renda da terra
3. Fomentar as cooperativas de produção
Stuart Mill, aprofundou a teoria de Ricardo e propôs a …
Teoria dos Valores Internacionais.
O país que mais ganhará com a troca é aquele que tiver maior propensão a:
1. consumir produtos nacionais
2. produzir bens com maior procura mundial
3. integrar rápidamente as novas tecnologias.
A Escola Histórica
Esta escola desenvolveu-se na Alemanha em reacção contra o liberalismo dos
clássicos ingleses, e defendia a Economia como uma ciência puramente
descritiva e relativa (Karl Knies), cujos princípios eram variáveis através dos
tempos e países.
Alguns defensores da Escola Histórica (Adam Muller) consideravam que o
homem obedece não só a princípios racionais mas também é conduzido e
determinado por elementos irracionais.
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Institucionalismo
A versão norte-americana do historicismo, nega o interesse pessoal como
único móbil da actividade económica e considera que são os instintos que
determinam a actividade humana, limitando-se a razão a proporcionar os
meios que completam e encaminham os instintos.
􀂾 Direito de propriedade e os métodos de produção constituem as
instituíções mais importantes (Thorstein Veblen).
􀂾 Compilação e elaboração de materiais estatísticos (Wesley Mitchell):
.
􀂾 As probabilidades substituem as certezas.
O Marxismo
Karl Marx, que nasceu em 1818, na Alemanha, foi influenciado por Hegel,
quanto ao método dialético e por Ludwig Fuerbach quanto ao postulado do
materialismo e do conceito de "alienação" do Homem.
Influência de Hegel:
􀂾 Uma concepção social como um todo, como um sistema de relações
􀂾 Uma interpretação unitária e dinâmica dos movimentos da história
􀂾 Uma visão do progresso como resultado do conflito de forças opostas
A Dialética e o Materialismo Dialético
Para Hegel (idealista), a Razão é a substância da realidade e por conseguinte a
História desenvolve-se com uma lógica racional, com um sentido. A
realidade está em constante evolução através do conflito dos elementos
contrários (a Dialética)
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método dialético:
􀂾 O espírito começa por formular uma afirmação, que constitui a tese
􀂾 A esta tese, o espírito desenvolve objecções, chegando a uma antítese
(afirmação contrária da tese).
􀂾 Do confronto entre a tese e a antitese o espírito procura encontrar uma
nova afirmação que constitui a síntese.
􀂾 A sintese passa a constituir uma nova tese, e assim por diante
Marx é materialista e aplica a Dialética à realidade material
Marx, inspirado pelo materialismo de Ludwig Fuerbach, para quem só a
matéria existia, desenvolve o seu modelo, o MATERIALISMO DIALÉTICO.
O modo de produção
O materialismo dialético, explica as mudanças sociais pelas forças
dinâmicas internas da sociedade, que são o resultado das relações de
produção.
Trabalhadores
Forças produtivas disponíveis
Modo de produção Meios de produção
Relações de produção Propriedade (nomeadamente)
Modo de produção (modelo abstracto)
é composto pelas forças produtivas disponíveis e pelas relações de produção.
Relações de produção (sob diversas formas, nomeadamente a propriedade).
Correspondem a um determinado estádio de desenvolvimento dos meios de
produção, constituindo a estrutura da sociedade sobre a qual se ergue a
superestrutura legal e social.
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As forças produtivas desenvolvendo-se, entram em contradição com as relações
de produção, que não evoluem ao mesmo ritmo.
Abre-se então uma "época de revolução social" com a função de permitir o
aparecimento de novas relações de produção, mais adequadas ao nível atingido
pelas forças produtivas.
Infraestrutura
A estrutura económica da sociedade .
Superestrutura
É constituída pelas formas jurídicas, políticas, artísticas ou filosófiicas,
próprias de uma sociedade
A teoria do valor
Valor de uso
a utilidade de um objecto
(Marx , influenciado pela teoria do valor de David Ricardo, diz que a utilidade
de um objecto constitui o seu valor de uso, independentemente da quantidade de
trabalho requerida para o produzir.)
Valor de troca
É a quantidade de trabalho abstrato, socialmente necessário para a
produção de um objecto.
Trabalho socialmente necessário
Tempo requerido para a produção em condições normais
Quanto maior a produtividade, menos tempo de trabalho necessário para a fabricação da mercadoria, logo, menor será o seu valor.
O valor da força de trabalho
força de trabalho
considerada como uma mercadoria
Valor da força de trabalho
determinado pelo tempo necessário à produção de um objecto.
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Teoria da mais valia
O valor criado pelo trabalhador no processo produtivo divide-se em duas partes:
Custos de produção
os salários correspondentes ao valor da força de trabalho
Mais valia
A parte que excede o valor da força de trabalho, e que é propriedade do
capitalista
Mais valia absoluta
Quando aumenta com o n° de trabalhadores empregados ou com o aumento das
horas de trabalho
Mais valia relativa
Um aumento de produtividade, faz diminuir o valor do capital variável,
aumentando a mais valia, a que Marx chama, mais valia relativa
Exemplo: Se o custo de produção é de 5 horas diárias e o trabalhador trabalha 8 horas por dia, a
diferença entre o valor criado (8 horas de trabalho) e o valor recebido (5 horas de trabalho) pelo
trabalhador é a MAIS VALIA ( 3 horas de trabalho)
Capital variável e capital constante
O capital necessário à produção © de uma mercadoria decompõe-se em capital
constante © e capital variável (v).
Capital constante
A porção do valor da maquinaria e materiais que são usados e que integra o
valor do produto.
Capital variável
Valor da força de trabalho correspondente aos salários pagos
C = c + v
Valor de mercadoria (V)
Soma do capital constante, com o capital variável e a mais valia
V = c + v + mv
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Taxa de mais valia
Relação entre a mais valia e o capital variável.
Tmv = mv / v
(pode aumentar pelo aumento da mais valia ou pela diminuíção do capital variável)
Composição orgânica do capital
A relação entre o capital constante e o capital variável, chama Marx a
composição orgânica do capital (K)
K = c / v
Com o avanço tecnológico o (v) seria progressivamente substituído pelo © e o
(K) aumentaria.
Tendência decrescente da taxa de lucro
A taxa de lucro (g)
É a razão entre a mais valia e o capital total
g = mv / c + v
􀂾 Devido à acumulação capitalista, a taxa de lucro tem uma tendência
decrescente, porque a mais valia (mv) só pode ser derivada do capital
variável (v)
􀂾 Se dividirmos todos os termos do segundo membro da equação da taxa de
lucro, por (v ), que é o capital variável:
􀂾 mv/v = Tmv (taxa de mais valia) c/v = K (compsição orgânica do capital)
v/v = 1
􀂾 obter-se -à a seguinte equação:
g = Tmv / K + 1
Donde, se a composição orgânica do capital, crescer mais do que a taxa de mais
valia, a taxa de lucro terá uma tendência decrescente.
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Causas que contrariam a tendência decrescente da taxa de lucro
A queda da taxa média de lucro é uma tendência de longo prazo que pode ser contrariada no
curto prazo, por vários factores:
􀂾 Aumento na intensidade da exploração (aumento da mais valia)
􀂾 Depressão dos salários abaixo do seu valor. (sobrepopulação relativa)
􀂾 Redução dos custos dos elementos do capital constante.
􀂾 Comércio exterior. (capital investido no comércio exterior origina uma
maior taxa de lucro, do que o investimento doméstico)
A acumulação de capital, desemprego, crises e salários
􀂾 só as empresas mais fortes se manteriam no mercado
􀂾 aumentaria o desemprego
􀂾 criação do " exército industrial de reserva"
􀂾 Revolução e ditadura do proletariado
􀂾 Desaparecimento da mais valia (a cada um segundo o seu trabalho)
􀂾 Evolução para um estádio de distribuíção das riquezas (a cada um segundo
as suas necessidades)
Crítica à Teoria de Marx
• O factor trabalho , não é o único factor produtivo
• A teoria do valor (utilidade marginal), substituíu a teoria do valor (trabalho)
• A tese da pauperização, não se realizou
• aumento da composição orgânica do capital, não implica
necessáriamente uma baixa da taxa de lucro
• As economias de escala, não implicam necessáriamente um aumento da
concentração industrial
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Os precursores do marginalismo
Gossen (1810/1858)
Precursor do conceito de utilidade marginal
1a lei de Gossen:
À medida que se consome mais de um bem, o prazer que se retira de cada
unidade adicional, vai diminuindo até ao ponto em que é atingida a
saciedade.
2a lei de Gossen:
O rendimento do indivíduo deve ser gasto de modo a que a utilidade resultante
do dispêndio final em cada bem seja igual.
Dupuit
Autor do conceito do excedente do consumidor
Considerava que a utilidade de uma mercadoria decrescia à medida que a sua
quantidade aumentava.
Cournot
Dizia que o preço, a oferta e a procura estão numa relação de interdependência e
interagem recíprocamente
Os grandes marginalistas (neo-clássicos)
A revolução marginalista
Deve o seu nome à importância que revestem os conceitos marginais na teoria
neoclássica, como os de utilidade marginal, custo marginal, produtividade
marginal, etc..
Teoria do valor subjectivo de Stanley Jevons, Carl Menger, e Léon Walras
O valor de um bem é determinado pela sua utilidade marginal, a qual é
decrescente;
No seio da teoria neoclássica, distinguem-se três grandes correntes:
1. Escola de Lausanne
2. Escola de Cambridge
3. Escola de Viena
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Escola de Lausanne (Walras e Pareto)
Desenvolve a teoria do equilíbrio geral, o equilíbrio simultâneo em todos os
mercados, através dos preços, em concorrência perfeita.
Teoria geral do equilíbrio, (Walras)
1. A oferta de cada bem deve ser igual à sua procura, pelo que a longo prazo, o
preço de cada mercadoria deverá igualar o seu custo de produção.
2. O produtor procurará também elevar ao máximo a sua satisfação, tal
como o consumidor, o que levará ao equiilíbrio, que requer que se atinja a
satisfação máxima;
3. Walras utilizou o conceito de lucro "normal" que integra o custo de produção
4. Walras considerava que qualquer coisa se torna subjectivamente menos útil
à medida que é mais abundante.
Óptimo de Pareto
Um indivíduo não pode melhorar a sua satisfação, sem que pelo menos a de
um outro piore.
A Escola de Cambrige (Alfred Marshall)
Método do equilíbrio parcial
Marshall estudou um mercado em condições "caeteris paribus"
Marshall desenvolveu o conceito de elasticidade e introduziu a dimensão
temporal na Análise Económica.
A Escola de Viena (Carl Menger)
Esta escola defendia com força o individualismo metodológico
Carl Menger
O valor dos bens depende da sua utilidade marginal e da relação entre a
necessidade humana e os bens económicos disponíveis, depende do uso menos
importante que tiver.
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Criticos
Edgeworth
Introduziu o conceito da função de utilidade generalizada e inventou o conceito
de curvas de indiferença
Veblen
Desenvolveu a relação entre os gostos e o preço, que constitui uma excepção às
leis da procura, conhecida pelo efeito Veblen
TEORIA CLÁSSICA (equilíbrio de pleno emprego)
"Clássicos" eram os economistas do século XVIII, XIX e início do século XX.
Os clássicos consideravam que o estado normal da economia era o de pleno
emprego dos factores produtivos e aceitavam a "lei" de Say que dizia que a
oferta criava a sua própria procura, não havendo razões para desemprego
generalizado.
Mecanismos automáticos (seguradores do pleno emprego)
Eram constituídos pela flexibilidade … :
􀂾 dos preços
􀂾 dos salários
􀂾 das taxas de juro
Flexibilidade dos preços
Os preços baixariam no sector com excesso de produção e elevar-se-iam no
sector com uma oferta insuficiente.
Flexibilidade dos salários
Um excesso temporário de produção, que gerasse algum desemprego
involuntário, levaria a uma diminuíção dos salários nominais, numa
proporção superior à diminuíção dos preços, logo os salários reais baixavam,
logo os custos de produção desciam e logo a procura de mão de obra aumentava,
fazendo desaparecer o desemprego involutário existente.
Flexibilidade das taxas de juroConjuntamente com a flexibilidade dos preços e
dos salários, as taxas de juro garantem a operacionalidade da "lei" de Say,
restabelecendo e mantendo o equilíbrio de pleno emprego. (veremos já a seguir
como funciona)
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Poupança, Investimento, Taxa de Juro e Mercado de Capitais.
Os clássicos consideravam que todo o rendimento seria dispendido, uma
parte em consumo e outra parte em investimento. Toda a poupança seria
investida
Pergunta: "Qual o mecanismo que faria investir toda a poupança?"
Resposta: " A TAXA DE JURO "
Na teoria Clássica a taxa de juro era o mecanismo que garantia a igualdade entre a poupança e o investimento
As pessoas preferem consumir a poupar, pois só o consumo satisfaz as necessidades
Quanto maior for a taxa de juro, maior é a poupança e inversamente
A poupança (S) é função da taxa de juro (i): S = f (i)
i S'
S (i)
ib
ia
I (i)
Kb Ka K (S,I)
A taxa de juro é um custo de investimento, logo:
Quanto maior for a taxa de juro, menor é o investimento
O investimento é função da taxa de juro numa relação negativa: I = f (i)
􀂾 A poupança só encontra aplicação se os empresários investirem
􀂾 Os empresários só investem se tiverem expectativas de lucro
Portanto, se as taxas de juros estiverem muitos altas, não encontrarão investidores e devido à
concorrência deverão descer, provocando por sua vez uma diminuíção da poupança e um
aumento do investimento, até se igualarem, restabelecendo assim o equilíbrio do pleno
emprego.
"Laissez faire, laissez passer" Clássico
23
23
Na perspectiva Clássica, o funcionamento do mercado autoregula-
- se, logo a intervenção do Estado é desnecessária e nefasta
KEYNESIANISMO
John Maynard Keynes (1883/1946)
Publicou em 1936 a sua obra "Teoria Geral do Emprego do Juro e do Dinheiro".
Teve uma influência determinante no pensamento económico deste século:
􀂾 A situação de pleno emprego era uma situação especial da economia
􀂾 A moeda tem uma função especulativa dependendo a sua procura
também da taxa de juro. (e não só um meio de troca, como para os classicos)
􀂾 A taxa de juro tem natureza monetária e não é um factor determinante
da poupança
􀂾 Os investidores e os aforradores constituem grupos distintos
􀂾 O factor determinante de poupança é o rendimento e não a taxa de juro
􀂾 Quando o rendimento aumenta, a poupança aumenta também
􀂾 Os salários nominais são rígidos quanto ao movimento descendente
􀂾 Keynes estava preocupado com as causas que provocam o desemprego
generalizado de forma cíclica
Quais os determinantes do investimento?
1. As expectativas de lucro (principal determinante das decisões de investimento)
2. A taxa de juro
24
24
1930 a Grande Depressão
Contráriamente ao previsto na teoria Clássica, viveu-se a maior depressão da
história moderna, com milhões de desempregados nos países industrializados.
Em tempo de crise o Estado deve baixar os impostos e aumentar o investimento
A curto prazo o que faz activar a economia é a despesa, o consumo
Sem perspectivas de lucro não há investimento
C u r t o p r a z o
Clássicos Keynes
􀂾 A crise só pode ser sectorial
􀂾 Pleno emprego é uma situação normal
􀂾 A produção (oferta) determina o
emprego (lei dos mercados)
􀂾 Toda a poupança vai para o
investimento
􀂾 A taxa de juro determinava a
poupança
􀂾 O investimento era determinado pela
taxa de juro.
􀂾 A moeda só tem função de troca
􀂾 A crise pode ser generalizada
􀂾 Pleno emprego é uma situação especial
􀂾 A despesa (procura global) determina o
emprego e a produção.
􀂾 Não existe relação entre poupança e
investimento
􀂾 O determinante da poupança é o
rendimento e não a taxa de juro.
􀂾 O investimento é determinado pelos
lucros esperados e pela taxa de juro
􀂾 A moeda tem una função especulativa e
a sua procura depende da taxa de juro
A procura efectiva (igual à despesa) consiste no montante que as empresas e as
famílias planeiam gastar para cada nível de preços.
Despesa total = vendas totais (vista de ângulos diferentes)
Keines dividia a procura efectiva, ou agregada em consumo e investimento.
Consumo
Procura efectiva
Procura agregada Investimento AD
(despesa)
25
25
A função Consumo ( C)
Existe uma relação crescente entre o rendimento e o consumo, sendo o
ritmo de crescimento do consumo decrescente.
A função consumo pode representar-se por C = f (Y) C representando o consumo e Y o rendimento nacional
Para Keynes o consumo dependia de factores objectivos e subjectivos.
Factores objectivos:
􀂾 Rendimento real
􀂾 Variações entre rendimento bruto e rendimento líquido
􀂾 Variações imprevistas nos valores do capital, não considerados no
cálculo do rendimento líquido.
􀂾 Variações na política fiscal
􀂾 Modificações das expectativas de rendimento.
Factores subjectivos:
􀂾 Razões de segurança (alterações na política de segurança social)
􀂾 Efeitos de imitação (efeito Veblen)
􀂾 Desejo de melhoria no futuro
Lei Psicológica Fundamental
A psicologia dos indivíduos é tal, que geralmente quando o rendimento
aumenta, o consumo também aumenta, mas menos do que aquele.
Uma parte do rendimento vai para o consumo e outra para a poupança
Yd C ( a variação do rendimento disponível induz uma variação no consumo)
C < b =" C/" b=" propensão" yd =" Y" pmc =" C" c =" a" a =" consumo" b =" propensão" yd =" rendimento" c =" a" s =" Y" pms =" S" y =" s" pms =" 1" s =" 1" s =" 1" b =" Pmc" s =" Pms" s =" Y" c =" a" s =" Y" s =" -a" s =" 1-b" s =" sY" c =" bY" y =" C" c =" a" a="consumo" y =" DA" da =" C" da =" Y"> C + I
A empresa está a acumular stocks indesejados, havendo uma tendência para que a produção
desça
O produto é inferior à procura agregada Q < C + I
Os empresários devem aumentar a produção para satisfazeer a procura
P
Procura (C + I)
45°
Q
Equilíbrio keynesiano
29
29
I
Situação de equilíbrio
Modelo em que não se considera o Estado nem as relações internacionais, o
equilíbrio estabelece-se quando o rendimento iguala a procura agregada ou
efectiva .
O multiplicador de investimento
Razão entre a variação do rendimento e o acréscimo do investimento
K = . Y/ I
Donde se tira que
Y = K. I
􀂾 Um aumento no investimento gera um aumento no rendimento
􀂾 Quando o rendimento aumenta, o consumo aumenta, embora menos que o
rendimento, pois a propensão marginal a consumir é inferior à unidade.
􀂾 Este aumento do consumo faz aumentar a procura agregada que
determina uma nova subida no rendimento
􀂾 Logo, um acréscimo no investimento, gera efeitos directos e secundários
no rendimento
K = 1/s o multiplicador de investimento é inversamente proporcional à
propensão marginal a poupar
Como s = 1 - b
K = 1 / 1 - b ou seja quanto maior for a propensão marginal a consumir
maior sera o multiplicador.
Um aumento no investimento provoca um aumento no rendimento :
ΔY = 1 / 1 - b . ΔI
30
30
Deslocações da função da procura de investimento
r, i r, i r, i
DI DI' DI
DI DI' DI'
Despesa de investimento I Despesa de investimento I Despesa de investimento
Macroeconomia
A macroeconomia é o estudo da economia como um todo, incluindo as causas
do ciclo económico, do desemprego e da inflação.
Procura agregada
É a soma da despesa pelos consumidores, empresas e administração pública
e depende do nível de preços, da política monetária, da política orçamental
e de outros factores.
A curva da procura agregada
relação entre a quantidade procurada de todos os bens e serviços, num
período de tempo, para cada nível de preços
P
P1
P2
AD
0 Q1 Q2 Y
Curva da procura agregada
Efeito rendimento
Uma descida do preço de um determinado produto, permite ao consumidor
adquirir mais desse produto, se o seu rendimento nominal se mantiver constante
Efeito substituíção
À medida que o preço de um bem desce, o consumidor procurara mais
desse bem (porque o seu preço relativamente aos outros bens é menor).
Aumento do P.I.B. Aumento de impostos Ameça de recessão
31
31
Quando o nível geral de preços desce, tal que o preço de todos os bens desce na
mesma percentagem, o preço relativo de todos os bens mantêm-se inalterado
Quais as razões que determinam a relação inversa entre a procura global e o nível de preços ?
􀂾 Efeito Riqueza - Efeito dos Encaixes Reais ou efeito Pigou
􀂾 Efeito Taxa de Juro - Investimento - Efeito Keynes
􀂾 Efeito do Comércio Externo
􀂾 Efeito da restrição do crédito
Efeito Riqueza (efeito Pigou)
Uma baixa no nível geral de preços provoca um aumento da riqueza dos
sujeitos económicos que detêm activos financeiros, o que os induz a
aumentarem o seu consumo.
Efeito Taxa de Juro (efeito Keynes)
Uma descida geral dos preços levará a uma baixa de juros, que induzirá um
aumento de investimento e consequentemente um aumento da procura
agregada. ( com a oferta de moeda constante)
Efeito do comércio externo
Se o preço geral de bens e serviços de uma determinada economia, descem,
enquanto nas demais economias permanecem constantes, haverá um
aumento da procura interna, um aumento das exportações e uma
diminuíção das importações, pois os agentes económicos residentes nesse
país e os residentes no exterior, têm tendência a comprar mais bens dessa
economia.
Efeito da restrição do crédito
Afecta a capacidade de investimento das pequenas e médias empresas, acentuando-se em períodos de
recessão, devido ao aumento do risco do crédito concedido pelos bancos.
32
32
Deslocações da curva da procura agregada
P
AD2
AD1
0 Y
Efeitos de um aumento da procura agregada
A procura agregada decompõe-se em 4 componentes:
AD = C + I + G + X - M
Onde C = consumo, I = investimento, G = gastos do Estado, X = exportações, M = importações
Estes componentes determinam o nível da procura agregada, para um dado nível
de preços.
Alterações em qualquer destes componentes fazem deslocar a curva da procura
agregada.
A Oferta Agregada (curto prazo)
A oferta agregada, é a quantidade total de bens e serviços que as empresas
de um país estão dispostas a produzir e a vender num dado período e
depende do nível de preços, da capacidade produtiva da economia e do nível dos
custos
P AS
Y
. Função oferta agregada
Curto prazo
É o período de tempo durante o qual, o custo nominal dos factores
produtivos não variam ( nomeadamente o custo do factor trabalho, devido à existência
de contratos de trabalho com duração determinada).
􀂾 A curva da oferta agregada mostra que a produção aumenta quando o
nível de preços sobe.
􀂾 A maioria dos custos dos factores produtivos não se ajusta rápidamente
às variações do nível geral de preços..
􀂾 No curto prazo, uma subida do nível geral de preços, traduz-se em
maiores lucros para as empresas, o que leva a um aumento de produção.
33
33
Variáveis Interacção Resultados = variáveis reais
A procura e a oferta agregadas , determinam as principais variáveis macroeconómicas
P AS
Pe E
AD
0 Ye Y
Os preços e os produtos são determinados pela interacção da oferta e procura
A curva AD representa a quantidade da despesa total a diferentes níveis de
preços, mantendo-se os restantes factores constantes.
A curva AS mostra o que as empresas produzirão e venderão a diferentes
níveis de preços, mantendo-se o restante constante.
O rendimento nacional (Ye) e o nível geral de preços (Pe) são determinados
na intersecção das curvas da procura e da oferta agregadas, no ponto E. Este
equilíbrio ocorre num nível geral de preços em que as empresas estão dispostas a produzir e a
vender o que os consumidores e outros agentes da procura estão dispostos a adquirir
􀂾 Moeda
􀂾 Despesa
e
impostos
􀂾 Outras
forças
􀂾 Nível de
preços e
custos
􀂾 Produto
potencial
􀂾 Capital,
trabalho e
tecnologia
AD
AS
AS
AD
Produto
(PIB real)
EMPREGO
e desemprego
Preços e
Inflação
Comércio
externo
A parte horizontal da
curva da oferta
agregada, representa
um nível de produção
em período de
depressão e grande
desemprego,
chamado segmento
Keynesiano, onde os
produtos podem
aumentar sem que os
preços variem
A curva da oferta agregada
começa a inclinar-se à
medida que o nível de
produção se aproxima do
pleno emprego, até se
tornar vertical. É o
segmento Clássico, devido a
que os economistas
clássicos estudavam a
economia no pressuposto
do pleno emprego de todos
os factores produtivos
34
34
P AS
Clássico
Keynesiano
Transição
0 Y
A estilização da curva da oferta agregada , representa três situações:
􀂾 Segmento horizontal, Keynesiano, onde os preços são relativamente
constantes e não variam com uma aumentação de produção, correspondendo
a um período de depressão e de desemprego.
􀂾 Segmento vertical, Clássico, traduz um período de pleno emprego.dos
factores produtivos
􀂾 Segmento intermédio, que traduz uma situação onde o produto e os preços
aumentam conjuntamente
Produto potencial Produto potencial
AS AS'
P P
AS
E'
P' AD' P'
P E P
AD AD
0 Y Y' Y 0 Y' Y Y
Expansão em tempo de guerra Aumento do preço do petróleo
Durante o período de guerra, o aumento
da despesa militar, aumenta a despesa
agregada, deslocando a procura de AD
para AD' e aumentando o equilíbrio de E
para E'. Quando o produto aumenta muito
acima do produto potencial, o nível de
preços eleva-se acentuadamente de P para
P', correspondendo à inflação em tempo de
guerra
Custos acentuadamente mais elevados do
petróleo, das mercadorias ou do trabalho
aumentam os custos das actividades
empresariais. Isto leva à estagflação.
Estagnação combinada com a inflação. O
aumento do custo faz deslocar a curva de AS
para AS' e o equilíbrio de E para E'. O
produto reduz-se de Q para Q', enquanto os
preços aumentam. A economia sofre
portanto de uma dupla doença - menos
produto e preços mais elevados.
35
35
A Oferta agregada (no longo prazo)
Longo prazo
O tempo que a economia leva a atingir o equilíbrio de pleno emprego, é o
período de tempo necessário para que todos os custos produtivos possam
variar, nomeadamente os custos salariais.
P AS
Pe E
AD
Ye Y
A Oferta agregada no longo prazo
No longo prazo o nível de preços é determinado pela intersecção da curva da procura agregada com a
curva vertical da oferta agregada (E).
Produto potencial
O nível de produto que se atingiria se todos os factores produtivos
estivessem a ser utilizados.
Emprego potencial
O nível de preços (Pe) em que a economia está em pleno emprego.
Taxa natural de desemprego
Taxa correspondente ao emprego potencial
ECONOMIA
O debate entre Keynesianos e monetaristas não se resume a uma questão meramente
técnica. Enquanto os primeiros defendem a política fiscal como fundamental para
estabilizar a economia, os monetaristas consideram que é mais eficaz aplicar uma´política
monetária. Os Keynesianos consideram que a economia de mercado está sujeita a
flutuações severas que requerem a intervençao do Estado sobre a procura e a oferta
agregadas. Os monetaristas asseguram que não são necessárias intervenções do Estado,
pois o sistema tem capacidade própria para recuperar. Faço-me compreender ou não?
36
36
Política fiscal
Do PIB ao rendimento nacional e ao rendimento disponível
Exportações líquidas
Amortizações
Gastos Públicos Impostos indirectos
Impostos directos
Poupança líquida
das empresas
Transferências
Investimento
Consumo
Rendimento
Nacional Rendimento
disponível
Produto interno bruto Rendimento nacional Rendimento disponível
PIB RN RD
Impostos indirectos
Recaem sobre bens e serviços, logo indirectamente sobre os indivíduos.
Impostos directos
Incidem directamente sobre os indivíduos ou as empresas
37
37
PIB
O produto interno bruto é o rendimento bruto total de todos os factores.
RN
O rendimento nacional é a soma de todos os rendimentos dos factores,
obtido subtraindo as amortizações e os impostos indirectos ao PIB.
RD
O rendimento pessoal disponível, quantifica os rendimentos totais,
incluindo as transferências, mas subtraindo os impostos do sector das
famílias.
Teoria keynesiana
􀂾 no curto prazo é a procura agregada (despesa) que determina o nível de
rendimento e de emprego.
􀂾 O mercado não assegura o pleno emprego
􀂾 O Estado afecta a procura agregada através das despesas , dos impostos
e das transferências.
􀂾 Influenciando a procura agregada o estado influencia o nível de emprego
e do produto.
􀂾 Os gastos públicos e os impostos são dois instrumentos da política
orçamental
􀂾 Em situações de desemprego, consumo e investimento baixos, o Estado
deve intervir aumentando os gastos públicos e diminuindo os impostos.
􀂾 O aumento dos gastos do estado, eleva a procura agregada (determinando
um aumento do rendimento e do emprego).
􀂾 Uma diminuíção dos impostos aumenta o rendimento disponível (igual ao
rendimento menos os impostos) , o que leva a um aumento do consumo.
􀂾 Keynes dizia que a intervenção estatal é necessária para estabilizar a
procura agregada
􀂾 Keynes defendia uma política orçamental discricionária. (consiste na
manipulção dos impostos e das despesas do Estado, com o objectivo de alterar o produto
nacional e o emprego, controlar a inflação e estimular o crescimento económico)
38
38
P P AS
P' = P'' AS
P'' AD"
AD'
AD P' AD'
Y' Y'' Y Y' = Y'' Y
Multiplicador dos gastos do Estado
A variação dos gastos do Estado, têm um efeito multiplicador no
rendimento.
Explicação do multiplicador :
• Um aumento inicial dos gastos do Estado causa um aumento da procura
agregada e do rendimento.
• A um aumento do rendimento corresponde um acréscimo do consumo
• Um acréscimo de consumo gera um aumento de rendimento e assim
sucessivamente
• O resultado total no produto de equilíbrio será igual ao aumento
autónomo dos gastos do Estado, mais a soma dos acréscimos induzidos
pelo consumo.
KEYNZ CLÁSSICOS
Momento depressivo
P'= Indíce de preços
Y'= Rendimento real nacional
Quando a conjuntura melhora, o indíce dos
preços mantém-se e o rendimento aumenta
Pleno emprego
Se a conjuntura melhora o rendimento
mantém-se, mas o índice dos preços sobe
39
39
Exemplo do multiplicador dos gastos do Estado:
1. Os gastos do Estado aumentam de 50 milhões
2. O produto aumentará igualmente de 50 milhões .
3. O rendimento disponível aumentará também de 50 milhões (supondo os
impostos invariáveis).
4. O rendimento aumentando, o consumo aumenta também, logo haverá
um acréscimo nas despesas do consumo.
5. Considerando a propensão marginal a consumir igual a 0,08 o aumento
do consumo devido ao acréscimo dos gastos públicos, será de 40 milhões.
6. Mas esta é apenas a primeira vaga do consumo induzido, pois o processo
continua.
7. Como o consumo é uma das componentes da procura agregada, esta
aumenta também de 40 milhões, logo o rendimento aumentou de 40
milhões .
8. Este novo aumento de rendimento vai gerar novo aumento do consumo
no montante de 32 milhões.
9. E assim sucessivamente, até atingir um novo ponto de equilíbrio, onde os
efeitos totais serão de 250 milhões
P AS
Pe'
AD'
Pe E
AD
0 Ye Ye' Y
O efeito de um aumento dos gastos do Estado
Δ Y = 1 / 1 - PMC . ΔG (um aumento nos gastos do estado induz um aumento de rendimento)
Kg = 1 / 1 - Pmc é o multiplicador dos gastos do Estado,
(igual ao multiplicador do investimento)
40
40
O multiplicador dos impostos
Quando os impostos aumentam, o rendimento baixa donde o consumo também
baixa e logo a procura agregada baixará também.
Os impostos constituem, tal como a poupança, filtrações ao circuito económico
D S
C + I + G = AD
45°
0 Y'' Y' Y
O efeito de um aumento dos impostos, traduz-se num nível inferior de nível de equilíbrio
Aumento dos GASTOS
􀂾 O rendimento disponível aumenta
􀂾 O consumo correspondente a um dado
nível de rendimento nacional, aumenta
􀂾 A procura agregada e o produto aumentam
Aumento dos IMPOSTOS
􀂾 O rendimento disponível diminui
􀂾 O consumo correspondente a um dado
nível de rendimento nacional, baixa
􀂾 A procura agregada e o produto baixam
Os efeitos no produto de equilíbrio, dos gastos do Estado, são superiores aos
efeitos provocados por igual aumento dos impostos.
Demonstra-se fácilmente que o multiplicador dos impostos será:
ΔY / Δ T = Kt = - Pmc / 1 - Pmc .
(negativo e em valor absoluto inferior ao multiplicador das despesas autónomas)
Uma variação dos gastos do Estado tem um efeito mais
poderoso no produto, que o de igual variação dos impostos
Teorema de Haavelmo ou multiplicador do orçamento equilibrado
Aumentos iguais nos impostos e nos gastos públicos têm efeitos positivos no
produto, sendo o aumento do produto igual à resultante do aumento
verificado nos impostos e nos gastos do Estado.
Se somarmos o multiplicador dos gastos públicos com o multiplicador dos
impostos, obteremos um multiplicador que é conhecido por:
41
41
multiplicador do orçamento equilibrado (Teorema de Haavelmo)
ΔY / ΔG + ΔY / ΔT = Kg / Kt = 1 / 1 - Pmc + ( - Pmc / 1 - Pmc ) =
= 1 - Pmc / 1 - Pmc = 1
Exemplo:
1 Considere-se um aumento de 100 unidades em gastos públicos
2 Propensão marginal para consumir (Pmc) = 0,08
3 O multiplicador de gastos será: Kg = 1 / 1 - 0,08 = 5
4 O efeito global no produto, será : ΔY = Kg . ΔG = 5 . 100 = 500
5 Considere-se simultâneamente, um aumento de 100 unidades em impostos.
6 O multiplicador de impostos será: Kt = - 0,08 / 1 - 0,08 = - 4
7 O efeito global no produto será: ΔY = Kt . ΔT = -4 . 100 = -400
8 CONCLUSÃO:
Um igual aumento dos impostos e das despesas em 100 unidades tem um
efeito expansionista de 100 unidades sobre a actividade económica.
Um igual aumento dos impostos e das despesas tem um
efeito expansionista sobre a actividade económica
Estes efeitos produzem-se numa economia em recessão, com uma taxa de desemprego elevada
Os impostos foram tratados como se não dependessem do rendimento (para simplificação)
Política orçamental
Segundo o sistema Keynesiano, a política orçamental tem por objectivo
estabilizar a economia, eliminando o desemprego e a inflação
Ciclo económico
É uma oscilação do produto, do rendimento e do emprego nacionais totais,
com um duração habitual de 2 a 10 anos, caracterizada pela expansão ou pela
contracção generalizada de muitos sectores da economia
42
42
Recessão
Período em que o PIB se reduz durante pelo menos um semestre.
Características habituais de uma recessão:
1. Reduzem-se as compras dos consumidores
2. A duração de bens duráveis aumenta (automóveis)
3. As empresas diminuem a produção
4. O PIB real diminui
5. O investimento das empresas diminui
6. Aumenta a taxa de desemprego
7. Com a redução do produto a inflação baixa
8. Congelação salarial
9. Com a diminuíção da procura de combustíveis, os preços estagnam.
10. Os lucros das empresas reduzem-se acentuadamente nas recessões
11. Os preços das acções entram em queda
12. Devido à redução da procura de crédito, as taxas de juro descem.
Em recessão,
com uma taxa de desemprego elevada, deve-se aplicar uma política
expansionista, o Estado deve intervir activamente a fim de aumentar a procura
agregada, utilizando os
instrumentos da política orçamental:
O aumento dos gastos do Estado e a diminuíção dos impostos
Em pleno emprego
e com inflação deve aplicar-se uma política contraccionista, diminuindo as
despesas públicas e aumentando os impostos.
Políticas discricionárias
As políticas orçamentais em que o Estado influencia deliberadamente o
nível de rendimento e de emprego.
Estabilizadores automáticos
Quando o nível de actividade económica diminui, a receita dos impostos
diminui automáticamente e os subsídios de desemprego aumentam.
Sistema fiscal progressivo
Aquele em que a taxa do imposto aumenta com o aumento do rendimento.
43
43
Travão fiscal
Em certas situações a existência dos estabilizadores automáticos pode constituir
um travão para a saída rápida de uma recessão ou contribuir para que uma
situção de pleno emprego se mantenha, amortecendo as flutuações.
Deficit estrutural (de emprego potencial)
Deficit que se obtém calculando os níveis de receitas e despesas que se
verificariam se a economia estivessse ao nível de emprego potencial. (resultado
das decisões de política relativas ao nível das despesas, das transferências e dos impostos)
Deficit actual
Diferença entre receitas e despesas que realmente se verificam na
actualidade
Deficit cíclico
É a diferença entre o deficit estrutural e o deficit actual.
Deficit e investimento privado
Um deficit orçamental tem de ser financiado. Como?
1. Empréstimos junto do Banco Central. (leva à criação de moeda)
2. Empréstimos junto do sector não bancário (reduz a oferta de fundos disponíveis
para o sector privado, elevando assim a taxa de juros)
Crowding Out Effect
Efeito de evicção do investimento, devido a um aumento da taxa de juro,
quando o estado compete com o sector privado no mercado dos capitais.
A magnitude da diminuíção do investimento privado devido ao deficit do
orçamento, depende do nível da actividade económica, da existência ou não
de capacidade produtiva não utilizada.
Se a economia se encontrar numa situação de recessão(secção horizontal da AS)
O Estado pode aplicar uma política expansionista (aumentando os gastos e
diminuindo os impostos).
Se a economia se encontrar em pleno emprego (secção vertical da AS)
O Estado deveria aplicar uma política contraccionista. (Diminuindo as despesas
e aumentando os impostos)
44
44
O aumento das despesas do Estado, produzirão um aumento nos preços e serão
compensadas pelo aumento da taxa de juro que se traduz no efeito de evicção do
investimento ou "Crowding Out Effect".
P
AS
"Crowding Out Effect"
AD"
AD'
0 Y' Y'' Y
Em situação de recessão as despesas do Estado estimulam a economia não
só através do aumento da procura agregada, mas também pelas expectativas
positivas que podem criar nos empresários, levando-os a investir mesmo que
as taxas de juro aumentem.
Se as autoridades monetárias aumentarem a moeda em circulação para
compensar o aumento da procura de fundos por parte do Estado resultante do
deficit, a taxa de juro poderá não subir, logo o investimento não baixar.
Monetaristas
Defendem que a pura política fiscal, que é conduzida sem alterações na
oferta de moeda, não é eficaz e por isso não deve ser utilizada.
Deficit orçamental e deficit da balança de pagamentos
A relação existente entre os deficit orçamental e os deficit da balança de
pagamentos, consiste no mecanismo das taxas de juro;
O aumento da procura de moeda nacional no mercado monetario internacional,
devido a taxas de juro altas, provoca uma diminuíção das exportações e um
aumento das importações pelo facto de os bens estrangeiros se tornarem
relativamente mais baratos.
Escola da "Economia do lado da oferta"
Críticos da teoria Keynesiana, estes economistas defendem que o Estado deve
encorajar a iniciativa privada, baixando as taxas marginais dos impostos,
manter baixo o nível da despesas públicas e evitar os deficits.
45
45
Moeda e bancos
O que é a moeda ?
􀂾 meio de troca
􀂾 medida de valor ou unidade de conta
􀂾 Reserva de valor
􀂾 Padrão de pagamentos diferidos.
Meio de troca
Meio de pagamento, fundamental para o funcionamento da economia.
Unidade de conta
Função de padrão de valores
Reserva de valor
Esta função da moeda, diferentemente de outras formas de riqueza, não tem
custos de transacção e por isso se chama "liquidez"
Economia monetária
Aquela em que se utiliza a moeda como meio de troca, facilitando as transacções
Economia de troca directa
A intenção de vender uma determinada mercadoria não se pode separar da
intenção de comprar outra mercadoria. (a Lei de Say, que dizia que a oferta cria a sua
própria procura, só se verifica neste caso de figura)
Sem moeda…:
􀂾 seria difícil a especialização, as trocas e logo o crescimento económico
􀂾 não haveria um padrão comum de valores, o que dificultaria
extremamente o comércio.
􀂾 Seria impossível fazer funcionar uma economia desenvolvida
􀂾 Seria impossível de dissociar a venda de uma mercadoria da compra de
outra.
46
46
Moeda mercadoria
Moedas em circulação cujo valor facial era igual ao seu valor intrínseco
Moeda papel
Sistema actual em que a moeda não tem valor intrínseco
Papel-moeda (moeda banco central ou moeda manual)
Impossibilidade de converter as notas em ouro, ou de recusar a sua aceitação
como meio de troca, a circulação do papel moeda faz-se sob imposição legal
Moeda escritural ou bancária
Consiste nos depósitos (à vista e a prazo) do sector não bancário, nos bancos.
!! ACHTUNG !! ACHTUNG!!
Só as notas em circulação fora do sistema bancário, são moeda
O que constitui a moeda escritural, não são as notas depositadas no banco,
mas sim o próprio depósito
Quando se levanta um cheque num banco, apenas se transforma moeda escritural em papel moeda
Moeda em sentido estrito
As notas e moedas metálicas em circulação e os depósitos à vista, ou seja, o que
é aceite como meio de pagamento, como meio de troca. (todos os outros bens
económicos servem como reseerva de valor, mas apenas alguns são aceites como meio de
troca)
M1 = C + DV
Onde M1 = moeda em s. estrito, C = notas e moedas metálicas em circulação, DV = depósitos à vista
Moeda em sentido lato ou Quase-moeda
Os depósitos a prazo, por não serem imediatamente disponíveis para a
realização de pagamentos.
Liquidez
Facilidade com que um activo pode ser vendido em qualquer altura, por um
preço préviamente conhecido e com um mínimo de custos.
A moeda é o activo mais líquido, pois não necessita ser convertida noutros
activos para ser usada nas transacções. O seu valor nominal permanece
constante..
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47
Utilizam-se outros agregados monetários para medir a oferta da moeda :
Por exemplo: M2
M2 = C + DV + DP ou M2 = M1 + DP
Onde DP = depósitos a prazo e M1 = C + DV
"L" de Liquidez
outra medida de liquidez que inclui além de M2 e de outros activos, também
Obrigações do Tesouro a curto prazo ( menos de doze meses de maturidade)
A Criação de moeda ou Oferta de moeda
Nas economias modernas existem duas espécies de moeda:
1. O papel moeda e moeda metálica em circulação fora do sistema bancário
(moeda manual ou moeda banco central)
2. Moeda escritural ou moeda bancária.
Sistema bancário
Constituído pelos bancos comerciais, pelos bancos de investimento e pelo banco
central (Banco de Portugal)
Bancos
Intermediários financeiros que recebem fundos (depósitos) e os emprestam
(concessão de crédito) ou os utilizam para comprar obrigações e outros títulos,
tendo em vista o lucro.
Lucros bancários
Resultantes da diferença entre as taxas de juro pagas aos depositantes (taxas
passivas) e as taxas cobradas aos sujeitos económicos a quem os bancos
emprestam (taxas activas)
Liquidez bancária
Capacidade de converter depósitos em papel-moeda
Rendibilidade bancária
Produção de lucros
Solvência bancária
Capacidade de satisfazer as suas obrigações
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48
Massa monetária
O conjunto de créditos do sector não bancário sobre o sector bancário.
É constituída pelas notas e moedas em circulação e pelos depósitos do sector não bancário nos bancos
!! ATTENZIONE !! ATTENZIONE !!
As notas e moedas que estão nos bancos não são consideradas moeda.
􀂾 Os depósitos dos bancos comerciais no Banco central não são moeda
􀂾 Os depósitos de bancos noutros bancos, não são moeda
􀂾 Só é moeda a que está em poder dos agentes económicos do sector não
bancário, pois constitui um passivo do sistema bancário
􀂾 Só os bancos criam moeda.
􀂾 O papel moeda é criado pelo Banco Central
􀂾 A moeda escritural é criada pelos bancos comerciais
Reservas bancárias
As notas e moedas detidas pelos bancos e os seus depósitos no banco central,
constituem as reservas dos bancos.
Reservas bancárias, para e porquê?
1. Para garantir a liquidez dos bancos, fazendo face às solicitações dos
depositantes que desejem transformar moeda escritural em papel moeda.
2. Por obrigação legal (a lei impõe que os bancos constituam uma reserva mínima em
função dos depósitos neles efectuados.
Taxa de reserva legal ( coeficiente de liquidez)
A proporção dos depósitos que os bancos são legalmente obrigados a
possuir sob a forma de reserva, chama-se taxa de reserva legal
Reserva legal (reserva de caixa)
Reserva minima imposta por lei, que os bancos devem constituir em função
dos depositos neles efectuados (determinada pela taxa de reserva legal)
49
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Reservas livres ou estatutárias
Reservas em montante superior às reservas legais
Balanço bancário
Situação patrimonial do banco. A diferença entre o activo e o passivo.
Capitais próprios que são constituídos pelo capital social (fornecido pelos
accionistas) e pelas reservas (lucros retidos de exercícios anteriores)
Passivo bancário
Constituído pelas suas obrigações, os capitais alheios.
Activo bancário
Constituído pelos direitos, isto é, as reservas e outros activos rendíveis ( traduz o
uso que é dado aos recursos recebidos)
Créditos e empréstimos (feitos aos particulares e empresas)
Desconto de títulos de crédito (com letras de câmbio e livranças)
Activos rendíveis
Acções e obrigações (de empresas)
Títulos de dívida pública
A maior parte dos lucros dos bancos são retirados destes activos rendíveis
Os bancos quando concedem um crédito, podem entregar papel moeda, mas
geralmente constituem um depósito em nome do cliente (figurando assim este
depósito, no passivo do banco e evitando, desta maneira, a diminuíção das suas reservas de
caixa). Este depósito constitui moeda escritural.
Depositar dinheiro no banco é criar moeda
Levantar dinheiro do banco é destruir moeda
Um banco só pode aumentar os seus depósitos até ao montante das suas
reservas excedentárias, ou seja, a diferença entre as reservas totais e as
reservas legais.
Quando a taxa de reserva legal aumenta o multiplicador monetário baixa
50
50
O multiplicador de reserva ou de crédito
É igual ao inverso da taxa de reserva legal
K = 1 / r
Onde K = multiplicador de reserva e r = taxa de reserva legal
O aumento de moeda criada pelo sistema bancário é igual às reservas
excedentárias (diferença entre reservas totais e reservas legais) vezes o multiplicador de
reserva ( multiplicador de crédito ou multiplicador monetário)
ΔM = Rx . 1 / r
onde ΔM = aumento da moeda criada, Rx = reservas excedentárias e r = taxa de reserva legal
Se a taxa de reserva obrigatória ou legal baixar, cria-se mais moeda
Banco X Banco Y
Activo Passivo Activo Passivo
RO (res. obrigatória) 2500
RL = (res. livre) 47500
Empréstimo = 47500
Total activo = 50000
(A) 50000 (depositou)
(B)
Ro = (res. Legal) 2375
RL = (res. Livre) 45125
Total activo = 47500
(C) 47500 (depositou)
Inicialmente havia 50000 € em circulação, agora há 97500 € (criou-se moeda)
Criar moeda imaterial é depositar dinheiro no banco
O indivíduo (A) depositou 50000 € no banco X, aplicando a taxa de reserva obrigatória
de 5%, o Banco X empresta o que está disponível ou seja 47500€ ao indivíduo (B) que
por sua vez compra algo ao fulano (C) por esse montante, o qual logo vai depositar os
47500€ no banco Y, o qual deve guardar a reserva obrigatória de 2375€ aplicando a
taxa de reserva obrigatória de 5%
Banco central
Banco do Estado, o banco dos bancos, que faz redescontos, empresta aos
bancos em dificuldades de liquidez e controla o processo de criação
monetária, estabelecendo as taxas de reserva legal.
Base monetária
É constituída pela moeda material (notas e moedas em circulação) em poder do
sector não bancário (pessoas singulares e empresas) e pelas reservas dos bancos
BM = C + R
Onde BM = base monetária, C = notas e moedas em circulação e R as resrvas dos bancos
A contrapartida da base monetária é constituída pelas reservas externas de ouro
e divisas, pelos créditos ao sector público e pelos empréstimos aos bancos.
51
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Multiplicador monetário ( a partir da base monetária)
Multiplicador monetário = ΔM / ΔBM = a + b / a + rb
􀂾 "a" é a percentagem de notas e moedas em circulação na moeda total
􀂾 "b" é a percentagem de depósitos na moeda total
􀂾 "r" é a percentagem de reservas relativamente aos depósitos
Variação da oferta monetária devido a uma variação da base monetária
ΔM = BM . (a + b ) / (a + rb)
onde ΔM = Δ da oferta monetária, a = % de notas e m. em circulação e b = % de depósitos e r = % de reservas relativas aos depósitos
A procura da moeda
Teoria quantitativa da moeda (formulação inicial)
Para os cássicos a moeda apenas produzia efeitos nos preços. (não tinha efeitos
sobre as variáveis reais, ou seja, o emprego, o rendimento real, a produção)
Equação das trocas
Expressa o valor monetário dos bens vendidos, é uma teoria explicativa do
nível dos preços
Equação das trocas MV = PT
M = moeda em circulação, V = Velocidade de circulação da moeda, P = nível geral de preços, T = n° de transacções efectuadas
Hipóteses dos clássicos
􀂾 economia a operar ao nível do pleno emprego
􀂾 no curto prazo a produção era constante
􀂾 T, o n° de transacções, é constante
􀂾 V, a velocidade de circulação da moeda, é constante
Estas hipóteses expressam a relação entre a oferta de moeda e o nível geral de preços
Teoria quantitativa da moeda ( formulação do rendimento)
Tem-se em conta apenas as transacções finais que constituem o rendimento
nacional (pois é o rendimento que determina o nível de vida das pessoas)
A equação das trocas toma a seguinte forma:
Equação das trocas MV = PQ Q = rendimento real e V = velocidade de circulaçãoda moeda
V = n° de vezes que a massa monetaria circula em cada unidade de tempo
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52
Formulação de Cambridge ou dos saldos nominais (Marshall e Pigou)
No curto prazo, a procura de saldos monetários nominais é proporcional
ao rendimento do indíviduo.
M = k . PQ onde K é igual ao inverso da velocidade de circulação da moeda
Teoria dos saldos reais
Os saldos de caixa que as pessoas detêm são maiores do que desejam; para
reduzi-los para um nível desejado, aumentarão as suas despesas até que o
rendimento nominal cresça, em proporção ao aumento de moeda.
Teoria Clássica da moeda entendia que a oferta da moeda era uma variável
independente (a oferta da moeda variava e só depois se verificavam os efeitos económicos)
Actualmente pode acontecer que um aumento dos gastos determinem um
aumento da oferta de moeda
Se as expectativas dos empresários melhorarem, é provável que decidam aumentar o
investimento, financiando-se junto aos bancos, que criam dessa maneira nova moeda
Teoria Keynesiana da procura de moeda
Quais os motivos para procurar moeda ?
1. Transacção
2. Precaução
3. Especulação
Motivo transacção
Manutenção dos saldos monetários, que resulta da moeda ser o único activo
aceite como meio de pagamento (mesma abordagem da formulação da escola de
Cambridge)
Keynes subdivide o motivo transacções em:
Motivo rendimento
Motivo transacções
Motivo negócios
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Motivo rendimento
Pela necessidade de conservar activos líquidos para garantir a transição
entre o recebimento e os desembolsos. (depende do nível de rendimento e da duração do
intervalo entre o recebimento e o seu gasto)
Motivo negócios
Pela necessidade de se conservarem recursos líquidos para assegurar o
intervalo entre o momento em que começam as despesas com a produção e
aquele em que se recebe o produto da venda
Quanto maior o rendimento, maior o n° de transacções e maior a procura de moeda
Motivo precaução
Os saldos monetários detidos por este motivo servem para fazer os
pagamentos inesperados. (incertezas e contingências do futuro)
Motivo especulação
Devido às expectativas do comportamento dos preços no mercado de activos
financeiros não monetários (acções, obrigações, etc.) e das expectativas da
variação das taxas de juro (de grande importância para o rendimento destes activos)
Os activos financeiros não monetários geram uma remuneração ou retorno
e deste modo competem com a moeda
Os juros obtidos pelos depósitos à ordem são menores que os obtidos pelos
activos financeiros não monetários
Os ganhos ou perdas de capital não são possíveis com moeda, (activo mais líquido)
Taxa natural
Os investidores têm a noção subjectiva de uma taxa de juros à volta da qual
a taxa de juros de mercado flutua.
Porquê a procura especulativa de moeda?
Em certas ocasiões a moeda constitui um activo financeiro superior aos outros
activos financeiros onde existe um elemento de risco que pode ser superior aos
juros que se deixam de obter por possuir moeda.
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54
Pela sua própria natureza o acto de adquirir títulos é um acto especulativo
Quando o preço do título baixa a taxa de juro sobe e vice-versa
Pagamento do cupão
Juros pagos anualmente
Valor do par
Valor inicial do título e o que será pago aquando do seu vencimento
Valor de mercado (cotação)
Valor actual do título
Ganhos ou perdas de capital
São as variações do valor de mercado do título
C = R / i
Se considerarmos o título eterno . C = cotação, R = juros anuais e i = taxa de juro do mercado
A cotação varia inversamente com a taxa de juros
Valor ao par Pagamento do cupão Taxa de juro de mercado Cotação Ganhos/perdas de capital
1000 100 10% 1000 0
1 1000 100 5% 1250 250
2 1000 100 20% 500 -500
Título transaccionado ao par
Quando a cotação é igual ao valor nominal do título
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55
Armadilha da liquidez (teoria Keynesiana inicial)
Quando a taxa de juro corrente baixava tanto, que a procura de moeda se
tornava perfeitamente elástica, tornando-se a curva da procura de moeda
horizontal
Nesta situação os especuladores deteriam os seus haveres em saldos monetários, devido a
considerarem que a taxa de juro de mercado estaria muito abaixo da taxa normal)
i
i'
0 L' L" L"' L
Armadilha da liquidez
A partir de L' o aumento da oferta de moeda, não faz baixar a taxa de juro
Velocidade de circulação da moeda (Análise keynes)
Keynes introduz a taxa de juros como determinante da procura de moeda,
além do rendimento.
Explicação:
Se a taxa de juros sobe, a cotação dos títulos baixa, logo os especuladores vão aplicar os
saldos monetários na compra desses títulos, logo "V" , a velocidade de circulação da moeda
aumenta, à medida que os saldos monetários descem. Menores saldos monetários serão
detidos em média, durante uma determinada unidade de tempo.
Se a taxa de juros baixa, a cotação dos títulos sobe, logo teremos a situação inversa, da
precedente. A baixa de "V" é um indicativo de uma situação depressiva.
"V" aumenta com a subida da taxa de juros
Quando "V" diminui é um indicativo de uma situação depressiva
Na Análise clássica "V" era constante e a economia em pleno emprego
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A procura de moeda (na análise Keynesiana)
* varia proporcionalmente ao rendimento, (pelos motivos transacção e precaução)
* varia inversamente à taxa de juros (pelo motivo especulação).
I
I'
L"' (Y"')
L" (Y")
L' (Y')
0 L' L" L"' L
Curva da procura de moeda, para um determinado nível de taxa de juro e as alterações do rendimento
À medida que o rendimento aumenta, a curva da procura de moeda
desloca-se para a direita, pois as pessoas desejam deter mais saldos
monetários para transacções, para cada nível de taxas de juros.
Equilíbrio do mercado monetário
A função da procura de moeda depende do rendimento e da taxa de juro
􀂾 A oferta de moeda é considerada independente da taxa de juro, logo a
curva da oferta de moeda é vertical, rígida.
􀂾 Segundo Keynes a taxa de juro é o preço da moeda e é determinada pela
oferta e pela procura de moeda
i Ms M's i i Ms M's
ia ia
C
ic L'
ib L ib L
0 (L,M) 0 I' I" I 0 (L,M)
(Parte A) (Parte B) (ParteC)
(parte A) A oferta e procura de moeda e a taxa de juro (parte B) O investimento e a taxa de juro
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57
Se houver uma política expansionista de crédito, a quantidade de moeda
aumenta, a curva da oferta de moeda desloca-se de Ms para M's e a taxa de juro
de ia para ib. (Parte A )
Com uma taxa de juro mais baixa, o investimento aumenta (pois o investimento varia
inversamente com a taxa de juro, como se pode ver na parte B da figura) (Parte B)
No modelo Keynesiano a moeda afecta o rendimento através da taxa de
juro. E como ?
1. Aumento da oferta de moeda (Ms)
2. Faz baixar a taxa de juro (i)
3. Logo o investimento aumenta (I)
4. Logo gera-se um aumento da procura agregada (AD)
5. O aumento da procura agregada, através do multiplicador, aumenta o
rendimento (Y)
Com o aumento da oferta de moeda de Ms para M's, a taxa de juro baixou de ia
para ib e o investimento subiu de I' para I". Ora uma subida do investimento leva
a uma subida do rendimento, por sua vez o aumento de rendimento faz deslocar
a curva da procura de moeda para a direita de L para L'. Logo o aumento da
oferta inicial de Ms para M's faz com que a taxa de juro de equilíbrio se
estabeleça em ic e não em ib. (Parte C)
Rendimento nacional (Y)
Igual ao nível de preços (P) vezes o produto real (Q)
Y = P . Q (em termos nominais)
O rendimento depende da variação de P ou de Q ou de ambos
A descrição apresentada nos gráficos precedentes não teve em conta o efeito nos preços.
Se a economia estiver em situação de grande depressão económica é provável
que a um aumento da oferta de moeda corresponda um maior aumento de Q (de
produtividade), se a economia estiver próxima do nível de produto potencial (que
correponde a uma situação de pleno emprego) os efeitos de um aumento da oferta de
moeda em circulação influenciará sobretudo o índice geral dos preços, sendo a
política monetária uma política inflacionista
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58
A procura de moeda pós - Keynesiana James Tobin, Baumol
Carteira ou portfólio
Conjunto de títulos que representam os activos financeiros, nos quais se
encontra materializada a riqueza de um agente económico.
Teoria da "Carteira de activos financeiros" ou do "portfólio"
Tobin considerou que o comportamento racional do indivíduo o leva a deter uma
carteira composta tanto de moeda, como de títulos e que a copmposição da
carteira depende do risco associado a cada titulo e do seu retorno.
Na carteira constituída só por títulos financeiros haverá mais riscos de ganho
ou perda de capital, associado às condições de incerteza, mas também o
crescimento esperado da sua riqueza será maximizado.
Na carteira só constituída por moeda, terá um risco zero, mas também não
haverá ganhos de capital.
Regra importante
Para maximizar o retorno e minimizar o risco, a carteira deve ser
diversificada entre vários títulos com riscos diferentes .
Teoria de Baumol
Os agentes económicos procuram gerir os saldos monetários minimizando o
custo de oportunidade, sendo a procura de moeda ou a procura para transacções
inversamente relacionada com a taxa de juros.
O Monetarismo ou nova teoria quantitativa da moeda
(Milton Friedman)
Teoria de Friedman
A procura de moeda era determinada fundamentalmente pelo nível de
rendimento, pelo nível de preços, e pela taxa de inflação
A procura de moeda deve ser analisada como a de qualquer outra mercadoria, pois é
determinada pelos mesmos factores que influenciam os outros bens e serviços
A procura de moeda é uma procura de saldos de caixa reais
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Encaixes reais de moeda
A relação existente entre a moeda em circulação e o índice geral de preços.
M / P = encaixes reais de moeda
Onde M = moeda em circulação e P = nível geral de preços
M / P = K . Q
onde K = ao inverso da velocidade de circulação de moeda e Q = o produto em termos reais
Moeda nominal
Moeda expressa em unidades de conta, usada em determinado país.
Moeda real (em termos reais)
É a medida do poder de compra, a capacidade de trocar a moeda por bens e
serviços e pode ser obtida dividindo a moeda nominal pelo índice geral de
preços.
Para os monetaristas a velocidade de circulação de moeda (V) não é
constante, mas é estável, (pois a procura pode ser estimada e fornecer previsões
bastante precisas, utéis na para uma política de estabilização)
No Curto prazo (e com algum desemprego)
As alterações na quantidade de moeda afectam os preços (P) e o produto (Q).
No Longo prazo
O aumento da quantidade de moeda em circulação reflecte-se totalmente
nos preços. (O produto (Q) é apenas determinado pelas variáveis reais e não pela moeda
Variáveis reais
Emprego, investimento, produto. (formação de capital, mobilidade do factor de
trabalho e progresso tecnológico)
O aumento da oferta de moeda e o mecanismo de transmissão
Mecanismo de transmissão
O modo como os efeitos de uma alteração na oferta de moeda é transmitido para
a economia.
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60
Ponto de vista dos monetaristas:
􀂾 Os agentes económicos desejam um saldo monetário em termos reais.
􀂾 A um aumento de moeda, corresponde um excesso de saldos monetários,
para um dado nível de rendimento.
􀂾 Os agentes económicos trocam esses saldos monetários por outros
activos, financeiros e não financeiros, a fim de obterem a composição desejada
dos seus activos, aumentando, desta maneira, a sua despesa ao procurar todo um
conjunto de bens e serviços.
􀂾 A economia como um todo, não pode desfazer-se do excesso de saldos
monetários, pois a moeda transferida pelos agentes económicos passa de uns para os
outros.
􀂾 Uma alteração da oferta de moeda provoca um desequilíbrio na
economia, que só é restabelecido com alteração nas taxas de juro, alterações
no rendimento e no emprego.
􀂾 A variação dos preços dependerá da oferta e da procura
􀂾 A curto prazo, se a oferta de obrigações for fixa, um aumento da sua procura
fará aumentar os preços e provocará baixa na sua taxa de retorno.
􀂾 Se a economia está ao nível do pleno emprego, um aumento de moeda
provocará um aumento apenas nos preços.
􀂾 Se a economia está numa situação de algum desemprego, um aumento da
oferta de moeda, tem efeitos nos preços no rendimento e no emprego.
Recapitulemos as reacções mais importantes a uma aumento da oferta de
moeda :
1. A taxa de retorno das obrigações e acções baixará
2. O rendimento real aumentará (numa situação com algum desemprego)
3. O nível de preços dos bens e serviços aumentará
61
61
Grande diferença entre os monetaristas e os Keynesianos:
Keynesianos
Os efeitos de uma variação
monetária, primeiro repercute-
-se no sector financeiro (taxas de
juro) e só depois no sector real,
pelo aumento das despesas
induzidas
Monetaristas
Os efeitos da variação da oferta
de moeda tem repercuções,
directamente no sector real da
economia .
P
Y
Oferta agregada de curto prazo
Porque é que o produto em termos reais pode crescer no curto prazo ?
A resposta dos monetaristas é semelhante à dos Keynesianos e encontra-se no
mercado do trabalho
1. Á medida que os preços sobem, os salários reais descem. (Os salários reais
são iguais à divisão dos salarios nominais pelo índice de preços)
2. Os monetaristas afirmam que os trabalhadores levam muito tempo até
descobrirem que os salários reais diminuiram.
3. Como resultado deste processo o custo salarial das empresas diminui, logo a
procura de trabalho aumenta e o desemprego diminui
4. No curto prazo, um aumento de quantidade de moeda em circulação, tem
efeitos no produto, no emprego e nos preços.
5. No longo prazo, os monetaristas defendem que o produto e o emprego não
são afectados pelas variações monetárias
62
62
Longo prazo
Período de tempo necessário para que se realizem todos os ajustamentos em
todos os mercados.
Taxa natural de desemprego
Para os monetaristas, corresponde a uma situação de equilíbrio a longo prazo em
que o desemprego está ao seu nível mais baixo e a curva da oferta agregada
está na vertical.
Emprego potencial
Quando a economia está numa situação de equilíbrio a longo prazo no nível
máximo de produção e mínimo de desemprego.
Produto potencial
O produto correspondente à situação de equilíbrio a longo prazo, correspondente
ao nível mínimo de desemprego.
Qualquer aumento de moeda ao nível de produto potencial, terá efeitos apenas nos preços.
Teses centrais do Monetarismo:
􀂾 A economia estabiliza-se ao nível do emprego potencial no longo prazo
(sem necessidade de políticas activas, pois o sector privado é estável)
􀂾 A quantidade de moeda é o principal determinante do nível do
rendimento nominal
􀂾 O Estado não deve utilizar a política orçamental para estabilizar a
economia, pois ela é ineficaz.
􀂾 A quantidade de moeda deve crescer a uma taxa pré-determinada (não
devendo ser aplicada uma política monetária de forma descricionária)
63
63
Diferenças entre Keynesianos e Monetaristas
Teoria keynesiana Teoria Monetarista
Mecanismo de transmissão
􀂾 aumento de moeda tem efeitos, através
das taxas de juro na variação do
investimento, logo no rendimento
através do efeito multiplicador.
􀂾 O aumento de moeda tem efeitos
directos no investimento e nos bens de
consumo
Velocidade de circulação da moeda
􀂾 A velocidade da moeda é variável
aumentando quando a oferta de moeda
aumenta e vice-versa.
􀂾 Possibilidade de existência da
"armadilha da liquidez"
􀂾 A velocidade da moeda (V) não é
afectada por variações na oferta , é
constante
􀂾 Impossibilidade de exixtência da
"armadilha de liquidez"
"Crowding out effect"
􀂾 Consideram que o "crowding out effect"
só acontecerá quando a economia
estiver em pleno emprego. Em período
de recessão o aumento dos gastos do
Estado faz aumentar o emprego e o
produto, sem que o investimento
privado diminua, utilizando os
recursos desocupados e transferindo
fundos de agentes económicos com
baixa velocidade para outros com mais
velocidade de cirrculação, fazendo
assim aumentar a procura agregada,
logo aumentar o emprego e a
produtividade
􀂾 Consideram que o aumento dos gastos
públicos, provoca uma diminuíção do
investimennto privado igual ao mesmo
montante dos gastos, o chamado
"Crowding out effect"
O Multiplicador dos gastos públicos
􀂾 Keynes, entende que o multiplicador
tem um efeito positivo, tanto mais
quanto a economia estiver em recessão
􀂾 O multiplicador tem um valor muito
baixo, devido ao "crowding out effect",
logo um déficit do orçamento,
financiado por empréstimos junto do
sector não bancário, terá um efeito
quase nulo.
Estabilidade da economia
􀂾 A economia é instável, logo a
necessidade de intervenção do
Estado para estabilizar a procura
agregada, que está sujeita a fortes
flutuações.
􀂾 Consideram a economia como
estável, pelo menos no longo prazo. O
Estado não deve intervir activamente
na economia, porque destabiliza e
causa flutuações económicas.
􀂾 A política monetária não deve ser
utilizada descricionáriamente
64
64
A política monetária
Política monetária
O conjunto de medidas que os governos aplicam para controlar a oferta de
moeda, a fim de atingirem os objectivos desejados.
Quais objectivos?
􀂾 Um nível de produção próximo do produto potencial (correspondente à taxa
natural de desemprego)
􀂾 Ausência de inflação (preços estáveis)
􀂾 Eficiência económica
􀂾 Uma balança de pagamentos equilibrada (equilíbrio nas receitas e pagamentos
internacionais)
􀂾 Uma distribuíção do rendimento desejada pela comunidade
Quais as formas ?
􀂾 quantidade de moeda em circulação
􀂾 Taxas de juros
􀂾 Por vezes, pela imposição de algumas condições de concessão de crédito para
regular a despesa do sector privado
Base monetária
Variáveis operativas
Taxa de juro de curto prazo
Base monetária
Moeda legal em circulação mais as reservas dos bancos
Taxa de juro de curto prazo
Rendimento da dívida pública que o Banco Central coloca no mercado, ou
crédito de curto prazo coàncedido aos bancos
65
65
Instrumentos da política monetária
Os principais instrumentos que podem ser utilizados pelo Banco Central são:
􀂾 A taxa de reservas obrigatórias
􀂾 A taxa de redesconto
􀂾 As operações de mercado aberto ("open market")
A política da taxa de reservas obrigatórias
Quando a taxa de reservas obrigatórias baixa, os bancos podem expandir os
seus empréstimos e aumentar os seus depósitos, e vice-versa.
A taxa de redesconto
Taxa de juros cobrada pelo Banco Central aos bancos comerciais, pelos
empréstimos que lhes faz, redescontando-lhe títulos que eles préviamente
tinham descontado aos seus clientes. São empréstimos de curtíssimo prazos
Se a taxa de redesconto sobe, o crédito é mais caro, logo há menos ciação de moeda
Zé Povo Empreasas Bancos comerciais Banco Central
Taxa de Desconto 13% T. de redesconto 9%
Quando o Banco Central, empresta aos bancos ou quando financia o sector público,
aumenta a base monetária e desencadeia o processo de criação de moeda
Mercado aberto
Compra e venda de títulos da dívida pública. O Banco Central vende ou
compra títulos do Estado com o propósito de alterar o volume de reservas
dos bancos
Mercado aberto é um instrumento eficaz para controlar a oferta de moeda
Quando o Banco Central pretende diminuir a massa monetária, vende
títulos da dívida pública, logo as reservas dos bancos diminuem,
diminuindo a base monetária e de forma multiplicada a capacidade dos
bancos para criarem moeda
Compra o carro
com letras
Letras Letras Processo de
criação de moeda
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Balanço do Banco Central
Activo Passivo
Reservas em devisas
Crédito ao sector público
Crédito ao sistema bancário
Notas e moedas em circulação
Reservas dos bancos
􀂾 A eficácia da base monetária depende do controlo que o Banco Central
exerce sobre as rubricas do activo.
􀂾 Um aumento do déficit do Orçamento do Estado pode levar a um
aumento da base monetária se o Banco Central não reduzir o crédito ao
sistema bancario para compensar esse aumento de déficit.
Objectivo intermédio . Quantidade de moeda em circulação? Taxa de Juro?
Keynesianos Monetaristas
􀂾 O mercado requer a intervenção do
Estado, através de políticas activas
􀂾 Economia sujeita a frequentes
flutuações, principalmente devido à
instabilidade do investimento.
􀂾 Os keynesianos preferem a taxa de
juro como variável intermédia, pois à
variação da oferta de moeda
corresponde variações na taxa de
juro e no nível de investimento que
afecta directamente a procura
agregada e determina o emprego e a
produtividade
􀂾 Ligação errática entre a quantidade de
moeda e o nível de actividade . Como a
procura de moeda é instável é dificil
prever o efeito de uma alteração da
oferta de moeda na taxa de juros
􀂾 O mercado sem interferência de
políticas activas do Estado
􀂾 O mercado é capaz de restabelecer a
sua estabilidade
􀂾 Política monetária com a oferta de
moeda a crescer a uma taxa fixa,
predeterminada
􀂾 Os monetaristas defendem como
variável intermédia a quantidade de
moeda em circulação, pois um
aumento desta, reajusta a carteira de
activos financeiros e reais, que se
traduz num aumento da procura
global, que por sua vez se repercute
nos preços e na produção
􀂾 Ligação estável entre a quantidade de
moeda e o nível de actividade
económica
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67
Volatilidade da procura de moeda
Quais os factores ?
􀂾 Variação nas taxas de juro noutros países, influenciam as taxas de câmbio, as
taxas de juro internas devem seguir a evolução do estrangeiro
􀂾 Variação das taxas de câmbio (Se a taxa de câmbio descer, as autoridades
monetárias podeem subir as taxas de juro para fazer subir as taxas de câmbio)
􀂾 Publicações de informação sobre a inflação (se a inflação for superior às
expectativas, as pessoas anteciparão uma subida das taxas de juro e uma política
monetária restritiva)
Inflação e desemprego
Taxa de desemprego = n° de desempregados / n° empregados + n° de desempregados
Desemprego friccional
Causado pelo normal funcionamento da economia
Desemprego estrutural ou tecnológico
Deriva das alterações da própria estrutura da economia. (desemprego friccional
de longo prazo)
Desemprego cíclico
Resulta das flutuações conjunturais da actividade económica (segundo Keynes
é devido a uma deficiente procura agregada e está associado com os ciclos económicos. A
escola Keynesiana, recomenda, para combater esta forma de desemprego, a utilização dos
instrumentos da política fiscal e da política monetária, dee modo a alterar a procura
agregada)
A teoria da procura de emprego (job search theory)
O tempo gasto na procura de um novo emprego resulta da aplicação do
princípio da maximização da utilidade. (explicação para o desemprego friccional)
Teoria do capital humano
O indivíduo procura maximizar o seu rendimento e a sua riqueza,
investindo em educação e formação, fazendo escolhas segundo o princípio
da racionalidade. (Se o indivíduo se aplicar no investimento do seu capital humano, não
terá dificuldades em encontrar emprego)
Estas duas teoria enfatizam o lado da oferta do mercado de trabalho
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A inflação
Moeda
Unidade de conta que é utilizadapara medir o valor dos bens e serviços
existentes numa economia
Inflação
Subida contínua e generalizada dos preços (declínio do valor da moeda)
Deflação
Descida contínua e generalizada dos preços;
Índice
Método de expressar a variação de um conjunto de variáveis num único
número
Indices de preços
Para se calcular a variação geral dos preços, calcula-se a percentagem
média do aumento dos preços dos vários produtos
Índice de preços no consumidor
Índice de preços dos bens e serviços que integram o "cabaz", que é suposto
reflectir o conjunto de bens e serviços consumidos por uma vasta massa da
população
Índice geral de preços
É uma medida do conjunto de preços, de um conjunto de bens e serviços em
determinado momento. (nele se reflectem as mudanças de preços em relação a um ano
base)
Índice de preços no produtor
Indicador das tendências da inflação
Deflator
Utilizado para convertir uma quantidade "nominal" em termos reais.
Produtividade e inflação
Produtividade
Razão entre o que é produzido e os factores que geraram essa propdução
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69
Inflação e crescimento
As altas taxas de inflação são negativas para a economia, mas uma taxa baixa de
inflação poderá estimular o crescimento pelo aumento de lucros que poderá
provocar
Inflação e distribuíção do rendimento
􀂾 A inflação redistribui o rendimento. (uando os preços sobem, não sobem todos na
mesma proporção, logo os efeitos são desiguais sobre os vários agentes económicos.)
􀂾 Se o salário de um trabalhador aumenta menos que todos os outros
preços, o seu rendimento real diminui.
􀂾 Se o preço dos bens agrícolas sobe mais do que o preço dos outros bens,
então a inflação benificia os agricultores.
􀂾 Se os impostos sobem mais depressa do que a inflação, o rendimento
disponível das pessoas diminui
􀂾 Quando a inflação é muito elevada, maiores recursos serão aplicados em
actividades especulativas, com prejuízo para a produção.
􀂾 A inflação diminui o poder de compra daqueles que têm rendimentos fixos
(pensionistas e reformados)
􀂾 As perdas ou os ganhos de salários dependem do poder de antecipação dos
sindicatos.
Quem ganha ?
􀂾 Os detentores de activos reais
􀂾 Os que estão individados (pagam as suas dívidas com unidades monetárias
desvalorizadas)
􀂾 O Estado. ( com o sistema fiscal progressivo as receitas aumentam com a inflação)
􀂾 Os que antecipam correctamente a inflação (especuladores podem ganhar
nesta situação)
Quem perde?
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70
Quem perde?
􀂾 Os detentores de saldos monetários e activos de rendimento fixo. (a
inflação traduz-se na desvalorização da moeda)
􀂾 Os contribuintes. (pois os impostos são fixados em termos nominais)
􀂾 Os que não antecipam
􀂾 Aqueles que são afectados negativamennte por variações dos preços
relativos (dado que nem todos os preços variam à mesma taxa)
Inflação pela procura
A inflação surge, quando a procura agregada é superior à oferta agregada.
P
AD AD' AS
P2 E'
P1 E
0 Q1 Q2 Q
Efeito de um aumento da procura agregada no produto e nos preços
􀂾 A oferta e procura agregadas estão em equilíbrio no ponto E, ao nível do produto Q1 e do
nível geral de preços P1.
􀂾 Uma subida da procura agregada para AD' resulta num aumento do produto para o nível de
pleno emprego Q2 e numa subida do nível geral de preços para P2.
􀂾 Uma vez atingido o pleno emprego qualquer subida da procura agregada, só gera um
aumento dos preços, porque no curto prazo é dificil um aumento do produto.
Inflação pelos custos
Caracterizada por uma subida do nível geral de preços que não é gerada
inicialmente por um aumento da procura agregada.
􀂾 quando os aumentos salariais são superiores à produtividade.
􀂾 Uma depreciação da moeda, terá efeitos na subida dos preços
􀂾 Uma subida exógena dos custos gerará uma subida do índice dos preços
P AS' AS
P2 E'
P1 E
AD
0 B2 B1 Q
Efeito de um aumento exógeno dos custos na oferta agregada, no produto e no nível de preços
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A inflação e o desemprego
Existência de uma relação inversa entre a taxa de desemprego (π) e a taxa
de inflação (μ)
Curva de Philips
A curva de Philips de curto prazo representa a substituíção entre a taxa de
inflação (actual) e a taxa de desemprego (para uma dada expectativa de taxa de
inflação)
π π = taxa de inflação
μ = taxa de desmprego
π
μ μ
Curva de Philips de curto prazo
Trade off trade-off = custo de oportunidade
Uma diminuíção da taxa de inflação só se conseguiria com um aumento da
taxa de desemprego e vice-versa, havendo um efeito de substituíção (Trade
off) entre emprego e inflação. (defendia-se que esta relação entre inflação e desmprego
seria sempre estável)
Instabilidade da curva de Philips
A partir dos anos 70 tornou-se notório que esta relação não era estável, que a
taxa de inflação e a taxa de desemprego moviam-se no por vezes no mesmo
sentido, gerando uma estagnação
Curva de Sherman
a relação inversa da curva de Philips, ou seja, a um aumento da taxa de inflação
estava associada uma subida da taxa de desemprego.
Argumentos dos monetaristas
A curva de Philips seria um fenómeno de curto prazo, não tendo validade no
longo prazo.
Outros argumentos
Muitos economistas sugeriam que a curva de Philips se tinha deslocado
para a direita, devido a várias razões :
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Razões da deslocação da curva de Philips para a direita :
􀂾 Os benefícios de segurança social e a armadilha do desemprego ( os
benefícios reduzem a pressão dos desempregados para procurarem emprego e são considerados
como desincentivos ao trabalho)
􀂾 Alterações demográficas ( depois da segunda guerra mundial tiveram um profundo
impacto no mercado do trabalho). Aumento da participação da mulher no
mercado de trabalho (a rotação no emprego entre as mulheres é muito maior do que entre
os homenns)
􀂾 O desemprego não é um indicador fiável (mercado negro ou paralelo)
π
π'
π
μ
0 μ μ'
Sempre que mudam as expectativas a curva de Philips de curto prazo desloca-se, para a direita
se as expectativas de inflação são de aumento, para a esquerda se as expectativas de inflação
vão no sentido da baixa
Taxa natural de desemprego e a importância das expectativas
Milton Friedman e Edmund Phelpe : (expectativas adaptativas)
• negaram a existência de uma substituíção entre inflação e desemprego
no longo prazo
• A curva de Philips era uma relação únicamente de curto prazo (devido à
falta de informação e à incerteza do futuro da economia)
• No curto prazo sugerem uma política monetária expansionista. (aumento da
oferta de moeda)
• No longo prazo o desemprego voltaria ao seu nível inicial mas com um
nível de inflação superior (devidos às expectativas e ao modo como são formadas))
Curva de Philips aumentada com as expectativas
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Expectativas adaptativas (monetaristas)
Um aumento da procura agregada (devido a um aumento da oferta de moeda) levaria
no curto prazo a um aumento no produto, no emprego e nos preços (devido à
informação imperfeita dos trabalhadores) o que originaria uma descida nos salários
reais
• A subida dos salários nominais é entendida pelos trabalhadores como uma
subida nos salários reais, continuando estes a considerar correctas as
expectativas estabelecidas nos contratos de trabalho.
• Uma vez que os trabalhadores cheguem à conclusão que as suas expectativas
estavam erradas, pedem compensações salariais e as vantagens dos
empresários, derrivadas de uma maior taxa de inflação, desaparecem e com
elas os incentivos para manter o nível de produção elevado, logo a taxa de
desemprego sobe e a inflação também;
• Se não houvessee ilusão monetária, a política monetária não teria qualquer
efeito no emprego.
• Os monetaristas consideram a existência a longo prazo, de uma taxa natural
de desemprego, para a qual a economia tende.
• Não existe substituíção entre inflação e desemprego no longo prazo, sendo a
curva de Philips vertical no longo prazo
π
Ph (lp)
Ph (cp)
μ
Curvas de Philips de curto e longo prazo
Teoria aceleracionista de inflação
Só é possível manter a taxa de desemprego abaixo da sua taxa natural, com
uma inflação crescente, de modo a que os salários reais se mantenham abaixo do seu
equilíbrio natural.
A inflação é puramente um fenómeno monetário causado por excesso de
oferta de moeda que é maior que o aumento na produtividade;
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Escola das expectativas racionais ou nova escola clássica
• Para os neo-clássicos eram os factores do lado da oferta que
determinavam o produto e o emprego, ao nível do pleno emprego.
• Alterações do lado da procura não tinham influência nas variáveis reais.
(produto, emprego)
• Qualquer aumento da oferta de moeda só geraria subida de preços
• Os salários nominais e os preços eram perfeitamente flexíveis.
• Os trabalhadores e os empresários tinham perfeita informação sobre
todos os preços do mercado.
• As expectativas de inflação e a actual taxa de inflação apenas diferirão
quando fenómenos não sistemáticos ou choques aleatórios se verifiquem.
• As pessoas actuam racionalmente, não são estúpidas e não cometem
erros sistemáticos.
• As pessoas formam as suas expectativas com base em toda a informação
que têm disponível.
• Com as expectativas formadas racionalmente não existe trade off mesmo
a curto prazo.
• A curva de Philips de curto prazo para os neo-classicos da escola das
expectativas racionais também é vertical.
Conclusão :
Só as alterações da procura agregada , cujas variações não sejam
antecipadas, podem ter algum efeito nas variáveis reais (por exemplo o emprego
e o consumo), mas se usadas muitas vezes, os efeitos serão negativos.
Teoria do ciclo real dos negócios
Os ciclos económicos devem-se aos erros que as pessoas cometem quanto às
previsões da evolução dos preços bem como aos choques reais (aumento do preço
do petóleo, aumento dos impostos, etc)
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THE END
Staring ………….…………………. A. A. DONÁRIO
Co-staring…………………………………………………………………………………………António Filipe Garcez José

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